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Covid-19: Rio avisa que país tem de evitar “o pior” porque economia “não aguenta” nova paragem

LUSA
25-04-2020 13:19h

O presidente do PSD defendeu hoje que o país tem de se preparar bem para evitar que "o pior" aconteça numa eventual segunda vaga da covid-19, defendendo que a economia "não aguenta mesmo" uma nova paragem como a atual.

Em declarações aos jornalistas no final da sessão solene do 25 de Abril, Rui Rio reiterou as preocupações que já tinha deixado na sua própria intervenção sobre os riscos para o país de uma nova vaga da pandemia no próximo inverno.

"Temos de preparar o Serviço Nacional de Saúde, as respostas económicas para que, se houver - esperemos que não haja - mas, se houver, para que o país não tenha de passar outra vez por este constrangimento brutal porque a economia não aguenta, não aguenta mesmo", avisou.

Para Rui Rio, deve ser usada a lógica popular do ?mais vale prevenir do que remediar" em vez de aplicar um outro ditado: "Depois da casa roubada, trancas à porta".

"Se nós tivermos em novembro a pandemia com a força com que estava em março, nós temos de ter o SNS a responder de uma forma mais eficaz, mais proteção individual, temos de nos preparar para o pior. Depois, se não acontecer, bom, então houve um desperdício de recursos, mas mais vale prevenir do que remediar", disse.

Questionado se teme um excesso de otimismo - de que falou na sua intervenção - por parte do Governo e dos partidos de esquerda -, Rio reiterou esperar que consigam fazer, como têm dito, a recuperação "sem qualquer austeridade" e recusou que alguém queira esse caminho.

"Até parece que alguém gosta de austeridade, só quem não estiver bom da cabeça", afirmou, dizendo esperar que esse otimismo "não seja impeditivo" de o país se preparar.

Rui Rio elogiou ainda o discurso do Presidente da República, considerando que "cumpriu integralmente" a função de "acalmar e puxar à racionalidade" dos ânimos, mais exaltados devido à pandemia.

"Gostei muito, mas mesmo muito do discurso do Presidente da República: foi didático, adequado ao momento que temos", afirmou.

Instado a comentar a intervenção do chefe de Estado, muito centrada na justificação da realização de uma cerimónia que gerou polémica dentro e fora do parlamento, o líder do PSD disse ter notado que "há um excesso de emotividade, as pessoas estão demasiado crispadas" e que "a mais pequena coisa dá logo um barulho tremendo".

"Penso que o discurso do Presidente da República vai no sentido que se deve ir, de alguma serenidade, alguma calma, algum bom senso. É nestas ocasiões, em que as pessoas estão mais nervosas, mais irritadas, com uma insegurança brutal sobre o seu emprego, que nós, que temos responsabilidades políticas, temos obrigação de acalmar, dar bom senso, puxar à racionalidade", afirmou.

Nesse sentido, acrescentou, o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa "cumpriu integralmente" o que se esperava de um Presidente da República.

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