Tornou-se conhecido do grande público há algumas semanas, precisamente pelas suas projeções que alertavam para os potenciais efeitos da pandemia de COVID-19. Este matemático e professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa faz a análise dos dados oficiais divulgados pela Direção-Geral da Saúde a dois níveis – fenomenológico por um lado e matemático por outro –, sendo a sua especialidade os sistemas dinâmicos, que utilizam alguns dos mesmos modelos aplicáveis agora no tratamento das variáveis desta crise.

No final de março, e em função do que estava a acontecer naquele momento, Jorge Buescu via como possível Portugal vir a passar por uma situação semelhante à que estiveram sujeitas Espanha e Itália, por exemplo. Hoje em dia, e perante a evolução positiva dos indicadores, tem uma opinião diferente

Para este especialista, não restam dúvidas sobre o sucesso das medidas sanitárias implementadas e a resposta que os portugueses souberam dar. Apesar disso, considera que com outro nível de preparação teria sido possível conter a propagação do vírus sem recorrer ao confinamento quase total do país, à semelhança do que aconteceu por exemplo na Coreia do Sul e na Grécia.

Apesar da estabilização da crise sanitária, Jorge Buescu alerta para os perigos do ímpeto da retoma económica e do aliviar das restrições porque, diz, estamos neste preciso momento no auge do risco de contágio. A ler na segunda parte desta entrevista.