A Semana Europeia do Teste VIH e Hepatites Virais começa na sexta-feira com rastreios em mais de 30 locais do país, tendo como principal alvo as populações em situação de maior vulnerabilidade, anunciaram hoje os promotores da iniciativa.
Até 29 de novembro, as organizações de base comunitária vão realizar em todo o país ações de rastreio do VIH e hepatites virais, que são “gratuitas, anónimas e confidenciais”, adiantam em comunicado.
Em Lisboa, por exemplo, vão estar duas tendas de rastreio no Martim Moniz, bem como uma unidade móvel na Península de Setúbal, que funcionarão entre as 10:00 e a 18:00.
Com o lema “Testar. Tratar. Prevenir”, a semana do teste é aberta a todos que queiram realizar o rastreio, mas com especial foco nas populações em situação de maior vulnerabilidade para a infeção pelo VIH, hepatites virais B e C, nomeadamente homens que fazem sexo com homens, migrantes, trabalhadores do sexo, reclusos e pessoas que usam drogas injetáveis.
Além da oferta do rastreio em diferentes pontos do país, será ainda disponibilizado material informativo sobre as infeções a rastrear bem como preservativos e gel lubrificante.
“Só fazendo o teste é possível conhecer o estatuto serológico para estas infeções. Atualmente, com um tratamento adequado é possível curar a infeção pela hepatite C. De igual modo, através de um tratamento precoce e eficaz para a infeção pelo VIH, é possível atingir carga viral indetetável, tornando assim o vírus intransmissível”, sublinham os promotores da iniciativa.
A Semana Europeia do Teste permanece uma iniciativa regional única que reúne organizações públicas e privadas num esforço conjunto de promover a importância do rastreio.
Em Portugal, é coordenada pela associação GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos, através do projeto Rede de Rastreio Comunitária que, em julho de 2018, foi selecionada para o primeiro compêndio de boas práticas da Organização Mundial de Saúde - Europa.
A equipa GAT’AFRIK, novo serviço do GAT direcionado à população migrante, assegurará as sessões de rastreio nas duas tendas no Martim Moniz.
“A equipa, ao estar localizada numa zona de socialização migrante, pretende por um lado dar a conhecer este novo serviço e por outro promover o diagnóstico precoce”, refere o comunicado.
Em 2017, estimava-se que 2,3 milhões de pessoas viviam com VIH na região da OMS-Europa e que uma em cinco pessoas desconhecia o seu estatuto serológico.
Também na OMS-Europa estima-se que 15 milhões de pessoas vivem com hepatite B e 14 milhões com hepatite C.