O presidente da Câmara de Felgueiras, Nuno Fonseca, defendeu hoje que as autoridades de saúde deviam avançar com testes à codiv-19 nos trabalhadores da indústria no concelho.
"As autoridades de saúde têm de nos ajudar a criar essa metodologia", afirmou, em declarações à Lusa, lembrando que o concelho já dispõe de um equipamento para realizar os testes.
O autarca acrescentou a importância de haver um "controlo mais apertado", antes de ser retomada a laboração de muitas empresas que têm estado paradas devido à pandemia, nomeadamente em gozo antecipado de férias ou em "lay off".
Nuno Fonseca sublinhou que essa preocupação da autarquia tem sido comunicada às autoridades de saúde, as quais, reforçou, têm sido convidadas para "vir ao terreno" ver como trabalha a indústria e também ajudar as empresas a ajustar os seus planos de contingência.
Felgueiras é o maior produtor exportador nacional de calçado. Naquele município do distrito do Porto, o setor dá emprego a cerca de 20 mil pessoas, em centenas de unidades fabris.
À Lusa, o presidente da Câmara de Felgueiras recordou que as empresas têm cumprido as recomendações de segurança, mas reforçou que as regras estabelecidas, controladas pela Autoridade para as Condições e Trabalho (ACT), foram feitas antes do contexto da codiv-19.
Felgueiras é o concelho do Tâmega e Sousa onde há um maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus.
Segundo números oficiais de hoje, há registo de 275 pessoas, mais 23 do que na quarta-feira. É também o município da região com uma curva de crescimento mais acentuada.
As declarações do autarca ocorreram após a apresentação do Centro de Acolhimento Covid-19, que foi montado no pavilhão municipal. O espaço conta com 30 camas, pode crescer até às 100, e destina-se a acolher, em caso de necessidade, os utentes dos lares em contexto de infeção pelo novo coronavírus.
O autarca sinalizou que o equipamento está pronto, a título preventivo, mas referiu que seria melhor que não viesse a ser necessário.
Disse também que em Felgueiras não há, até ao momento, nas instituições de solidariedade, qualquer idoso infetado pela covid-19.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal regista hoje 820 mortos associados à covid-19, mais 35 do que na quarta-feira, e 22.353 infetados (mais 371).
Portugal cumpre até 02 de maio o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, devido à pandemia de covid-19, que já causou 820 mortos no país.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 183 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.