Esta recessão, relacionada com as consequências económicas da pandemia provocada pelo novo coronavírus, será acompanhada de um forte aumento da taxa de desemprego, que deverá atingir 9% até ao final do ano, contra 4,3% antes do início da crise, em fevereiro, segundo o Instituto Austríaco de Investigação Económica de Viena (Wifo).

O cenário de base do instituto é uma contração do PIB de 5,25%, com uma variante “pessimista” de 7,5%, em função dos desenvolvimentos internacionais e da situação epidémica.

As medidas de apoio à economia anunciadas pelo governo austríaco, e a redução de impostos inscrita no programa de governo da coligação, deverão provocar um défice orçamental de 7,5% (10% na variante “pessimista”), depois de, em 2018 e 2019, a Áustria ter tido excedente orçamental.

O Wifo prevê contudo um relançamento da atividade económica a partir do verão, com uma recuperação pronunciada em 2021, ano para o qual o instituto prevê um crescimento do PIB de 3,5%.

Depois da quase paralisação da economia em meados de março, o governo austríaco começou a aliviar as restrições a 14 de abril, autorizando a reabertura dos estabelecimentos comerciais até 400 metros quadrados.

No entanto, o instituto prevê que a Áustria não recupere o seu nível de riqueza antes do fim de 2021 ou princípio de 2022.

Segundo as previsões, o crescimento deverá a partir de então ser gradual, com um aumento médio do PIB de 1,5% entre 2022 e 2024.

O instituto sublinha o elevado grau de incerteza que continua a dominar os cenários e sublinha que a pandemia “apresenta novos desafios à investigação económica”.

“Esta combinação de restrições impostas à produção e à procura não tem precedente, pelo que não há um período de comparação empírica”, sublinha o instituto.

Com 8,85 milhões de habitantes, a Áustria regista perto de 15.000 casos de infeção pelo novo coronavírus e 463 mortes associadas à covid-19, segundo números da Organização Mundial de Saúde (OMS) de quarta-feira.

Face à pandemia, o governo austríaco aprovou um envelope orçamental de 38 mil milhões de euros, cerca de 10% do PIB, incluindo garantias e crédito e deferimento do pagamento de impostos.

Desse total, 15 mil milhões de euros destinam-se a liquidez para custos correntes das empresas, até nove mil milhões de euros em garantias de crédito e até 10 mil milhões de euros de deferimentos fiscais.