Em entrevista ao Canal S+, a investigadora Maria João Pereira assegura que em breve será possível extrair novos dados dos mapas desenvolvidos pela equipa do CERENA/IST, e explica porque considera que as autoridades de saúde devem olhar para esta ferramenta na altura de decidir que concelhos abandonam primeiro as medidas de contenção.
Para a ciência, é certamente importante que os seus avanços possam servir a sociedade. Neste caso, o grupo de investigadores que criou o método inovador que suporta a informação que vemos nos mapas de risco médio de infeção em cada concelho, tem a expetativa de ajudar à tomada de decisão por parte das autoridades de saúde.
Numa fase em que o país se prepara para começar a aliviar as medidas de contenção, Maria João Pereira acredita que estes mapas poderão ajudar os decisores a, por um lado, melhor definir quais os concelhos por onde começar esse alívio, e por outro a monitorizar a tendência de risco de infeção após esse levantamento.
Apesar da validade científica que possuem atualmente, os mapas estão, na opinião desta investigadora, longe de estar concluídos, deixando inclusivamente pistas para o trabalho que está a ser desenvolvido em conjunto com o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, e que poderá fornecer outro tipo de dados num futuro próximo.
Maria João Pereira alerta ainda assim os portugueses para a importância da precaução na consulta destes mapas. A investigadora defende a utilidade destes enquanto ferramenta de consulta, mas lembra a necessidade de se continuar a cumprir escrupulosamente as indicações das autoridades de saúde.