O Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, afirmou hoje que as autoridades congolesas estão confiantes em terminar a epidemia de Ébola no país até ao final do ano.
"Pensamos que, até ao fim do ano, vamos colocar um fim total à doença", afirmou o chefe de Estado congolês, ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, numa conferência de imprensa em Berlim.
O Presidente da RDCongo afirmou que a epidemia, que já matou mais de 2.000 pessoas no país, está "erradicada em Kivu-Norte e Kivu-Sul" e que "ainda restam casos em Ituri".
Após a reunião com a chanceler alemã, Tshisekedi assinalou que o seu país está disposto a trabalhar com qualquer país interessado nos recursos naturais da RDCongo, não excluindo Rússia ou China.
Félix Tshisekedi acrescentou que tem uma boa relação com o seu antecessor, Joseph Kabila, assinalando que o papel de este é apenas aconselhar.
A presença do vírus Ébola na RDCongo foi reconhecida no início de agosto de 2018, pelo então ministro da Saúde, Oly Ilunga.
Desde então, este evoluiu para a segunda epidemia de Ébola mais mortífera de sempre, com 2.193 mortos devido ao vírus - 2.075 destes confirmados em laboratório -, de acordo com o mais recente relatório sobre a evolução da epidemia de Ébola, divulgado pelo Ministério da Saúde da RDCongo.
O documento, com dados de 14 de novembro, diz haver registo de 3.292 casos de infeção (3.174 confirmados em laboratório) desde agosto de 2018.
Desde o início da campanha de vacinação, em 08 de agosto do ano passado, foram vacinadas 251.637 pessoas.
Uma segunda vacina contra a epidemia do Ébola foi adotada na quinta-feira em Goma, no leste do país, devendo ser administrada a 50.000 pessoas no espaço de quatro meses.
No final de outubro, o responsável pelo Comité Multissetorial de Resposta ao Ébola, Jean Jacques Muyembe, afirmou que a epidemia estava "sob controlo".
O controle da epidemia foi afetado devido à recusa de algumas comunidades em receber tratamento e à insegurança na área, onde operam numerosos grupos armados.
O surto global mais devastador foi declarado em março de 2014, com casos desde dezembro de 2013, na Guiné-Conacri, de onde se expandiu para a Serra Leoa e a Libéria.
Quase dois anos depois, em janeiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde declarou o fim dessa epidemia, com a qual 11.300 pessoas morreram e mais de 28.500 foram infetadas, números que, segundo a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), poderiam ser conservadores.
O vírus Ébola é transmitido através do contacto direto com sangue e fluidos corporais contaminados, causa febre hemorrágica e pode atingir uma taxa de mortalidade de 90% se não for tratado a tempo.