A abertura das três mostras do 1.º ciclo expositivo deste ano do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, estava prevista para este sábado, mas foi adiada, devido à pandemia de covid-19.
“Estava previsto inaugurar, neste sábado, dia 25 de abril, o novo ciclo expositivo deste ano do Centro de Arte e Cultura (CAC), que ficaria patente até setembro”, lembrou hoje à agência Lusa José Alberto Ferreira, diretor do espaço cultural da Fundação Eugénio de Almeida (FEA).
Só que, com o CAC encerrado desde 14 de março devido à pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e as três exposições anteriores “ainda montadas”, o centro “está em reprogramação”, tendo adiado a inauguração das três novas iniciativas artísticas.
“Estamos a pensar inaugurá-las em julho, para já, mas pode bem acontecer que, em vez de julho, seja em setembro. Neste momento, temos tudo pronto, mas é prematuro marcar uma data”, admitiu José Alberto Ferreira.
Isto porque a reabertura do Centro de Arte e Cultura e a inauguração do ciclo expositivo deste ano dependem “da evolução dos acontecimentos relacionados com a covid-19”, completou o diretor, assumindo que o fecho temporário do espaço, em consequência da pandemia, foi “bastante difícil” e provocou constrangimentos.
“Tínhamos uma série de atividades no final de março”, associadas ao encerramento de uma das exposições que estavam patentes, “com performances, conferências ou encontros”, mas “foi tudo cancelado, já com viagens pagas”, relatou, lamentando: “Foi jogar trabalho fora, até financeiramente”.
O "constrangimento maior", vincou, "é a relação com o território e com as pessoas, mas, na verdade, é o que toda a gente sente neste momento. Estamos a viver de outra maneira e a viver sem algumas coisas que tínhamos como essenciais”.
Este ano, a programação do Centro de Arte e Cultura da FEA vai estar centrada no tema da cor, ou seja, “na redescoberta da cor como matéria, como forma, como matriz”, de acordo com o diretor.
“Do Inesgotável”, com cerca de 60 peças de pintura, desenho e instalação da autoria do português Pedro Calhau, “Strata”, com 24 pinturas da norte-americana Deanna Sirlin, e “Ilhéus”, constituída por cerca de 40 fotografias da artista Moira Forjaz, nascida no Zimbabué e que apresenta em Évora retratos de habitantes da Ilha de Moçambique, onde vive, são as três mostras que aguardam por “ver a luz do dia”, no 1.º ciclo expositivo deste ano do CAC.
Ainda montadas, mas já encerradas ao público, mantêm-se as exposições inauguradas a 12 de outubro do ano passado: “"Fahrenheit, a consagração de Babel", de Luis Costillo, a coletiva "Arquitecturas Pintadas - figuração pós-conceptual espanhola" e "Boundless Objects [Objetos sem limites]", da FEA e com a curadoria de Monika Bakke.
Portugal regista 762 mortos associados à covid-19 em 21.379 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.