O partido Aliança manifestou-se na segunda-feira contra o modelo das comemorações oficiais do 25 de Abril e também a celebração do 1.º de Maio, considerando que contrariam as regras estabelecidas para prevenir a propagação da pandemia em Portugal.
De acordo com uma publicação feita na rede social Facebook, a Aliança discorda do “modelo escolhido” para as comemorações do 25 de Abril, porque “considera que não devem ser promovidas atitudes, iniciativas e cerimónias que contrariem as regras estabelecidas para a comunidade” em relação ao “confinamento das populações”, por causa da pandemia da covid-19.
O partido entende também que “é inaceitável a excecionalidade” prevista para as celebrações do Dia do Trabalhador, uma vez que explicação “dada posteriormente não convence, sobretudo quando a Páscoa não teve igual tratamento”.
A força política liderada pelo antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes acrescenta que maio é um mês “de forte afluência a Fátima” e, por essa razão, exorta “o Governo, as autoridades e o Santuário [de Fátima]” a encontrarem uma “solução equilibrada e viável”.
A Aliança também considera que as autarquias devem assegurar que “quem fique desempregado nestas circunstâncias, não tem de pagar a fatura da água durante três meses”, cobrando apenas “esse montante, em prestações, quando a pessoa voltar a ter emprego”.
Devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, a Assembleia da República decidiu na quarta-feira realizar a sessão solene do 25 de Abril no parlamento com um terço dos deputados (77 dos 230 parlamentares) e menos convidados, com o gabinete de Ferro Rodrigues a estimar que estejam presentes cerca de 130 pessoas, contra as 700 do ano passado.
A decisão da conferência de líderes teve o apoio da maioria dos partidos: PS, PSD, BE, PCP e Verdes. O PAN defendeu o recurso à videoconferência, a Iniciativa Liberal apenas um deputado por partido, enquanto o CDS-PP - que propôs uma mensagem do Presidente da República ao país - e o Chega foram contra.
Portugal regista 735 mortos associados à covid-19 em 20.863 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia.