No dia em que Michel Barnier e o seu homólogo britânico, David Frost, retomaram as negociações, suspensas devido à pandemia de covid-19, em novas rondas realizadas por videoconferência, o negociador do lado comunitário apelou a rápidos progressos nas discussões entre Bruxelas e Londres, apesar de as reuniões serem agora realizadas à distância.

“Temos de avançar em todas as áreas, [já que] o objetivo é termos progressos palpáveis até junho”, escreveu o francês Michel Barnier, numa publicação na rede social Twitter.

Na mensagem, o responsável aproveitou ainda para agradecer “às equipas da UE e do Reino pela sua disponibilidade e flexibilidade, dadas as circunstâncias”.

Michel Barnier remeteu mais detalhes sobre as negociações para uma conferência de imprensa a realizar-se na próxima sexta-feira.

Hoje começaram, então, as negociações sobre a futura relação comercial da UE com o Reino Unido, após o ‘Brexit’, concretizado no início do ano passado.

A primeira ronda das negociações sobre o futuro relacionamento entre o Reino Unido e a UE, na sequência da saída do país formalizada a 31 de janeiro, decorreu em Bruxelas entre 02 e 05 de março.

A segunda ronda estava prevista para se realizar em Londres entre 18 e 20 de março, mas tal não aconteceu devido à pandemia.

Depois de terem acusado positivo para o novo coronavírus, Michel Barnier e David Frost voltaram hoje a sentar-se à mesa das negociações, ainda que à distância, naquela que é a primeira de três semanas de uma nova ronda de negociações (que prosseguem nas semanas de 11 de maio e de 01 de junho).

Inicialmente, estavam previstas novas rondas em abril e maio, alternando entre as duas cidades e envolvendo dezenas de pessoas em cada equipa, mas estas reuniões acontecerão agora por via digital.

Para junho continua a estar prevista uma cimeira de líderes para avaliar o progresso e decidir sobre uma eventual extensão do período de transição, que termina a 31 de dezembro.

O Governo britânico já reiterou que não pretende pedir um prolongamento.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 165 mil mortos e infetou quase 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.