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Covid-19: Uso de máscara vai ser obrigatório na cidade do Rio de Janeiro

LUSA
18-04-2020 00:44h

O prefeito da cidade brasileira do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou na sexta-feira que irá decretar o uso obrigatório de máscara para travar a pandemia do novo coronavírus, tornando a defender o isolamento social.

"A partir de agora fica proibido o trânsito nas ruas sem o uso da máscara. Será publicado um decreto em que todas as pessoas que saírem às ruas serão obrigadas a usarem a máscara. Ela é fundamental", afirmou o prefeito em declarações à imprensa.

"Para dar o exemplo, todos os funcionários, dos secretários aos cantoneiros, serão obrigados a usarem. Além disso, nos próximos dias vamos distribuir mais de 1,8 milhões de máscaras nas ruas. Não são máscaras cirúrgicas, são simples, mas que podem usar. Além disso, os empresários terão de dar máscaras para os seus funcionários", acrescentou Crivella.

“Peço pelo amor de Deus: não se exponha. Não faça aglomeração. Estamos a chegar a um momento muito crítico e todo o sacrifício que fizemos até agora não pode ser deitado fora”, pediu Crivella, após se reuniu com um comité científico.

Questionado se iria aplicar punições a cidadãos que circulem nas ruas sem proteção, o prefeito frisou que a "punição será a própria doença", em caso de infeção.

"Não é na força da lei que vamos consciencializar. (...) Daqui a duas ou três semanas estaremos muito melhores. (...) É importante lembrar que há jovens que estão nos bares, na convivência social, que não respeitam o afastamento social e não manifestam os sintomas, mas podem estar a contaminar outras pessoas nas suas casas ou no convívio", acrescentou o prefeito de umas cidades mais emblemáticas do país.

O Rio de Janeiro é o segundo estado com maior número de casos confirmados do novo coronavírus, contabilizando 341 óbitos e 4.349 pessoas diagnosticadas com covid-19, apenas atrás de São Paulo.

O prefeito do Rio de Janeiro mostrou mais uma vez oposição à vontade do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, um forte crítico da adoção do isolamento social como medida preventiva da pandemia de covid-19 e que vem censurando vários governadores que decretaram esse tipo de ações, principalmente o de São Paulo, João Doria, e o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.

No início do mês, Bolsonaro chegou mesmo a garantir que tinha pronto um decreto para reabrir atividades e comércios encerrados por governadores e autarcas.

Contudo, o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro decidiu na quarta-feira que estados e municípios podem adotar medidas que considerem necessárias para combater a pandemia, impondo uma derrota ao Presidente do país.

Na decisão da maioria dos juízes do STF, os governos estaduais e municipais podem determinar temporariamente o isolamento, a quarentena, o encerramento de comércios e a restrição de circulação em portos, aeroportos e estradas.

Os magistrados concordaram ainda que o Governo federal também pode tomar medidas para conter a pandemia, mas em casos de abrangência nacional, não tendo, por isso, poder para retirar a autonomia dos estados e municípios na gestão local.

O Brasil atingiu na sexta-feira um recorde diário de 217 mortos e 3.257 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, totalizando 2.141 óbitos e 33.682 infetados desde o início da pandemia, informou o executivo.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 150 mil mortos e infetou mais de 2,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 483 mil doentes foram considerados curados.

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