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Covid-19: Dinheiro, dívida e políticas são o remédio do FMI para África

LUSA
18-04-2020 00:41h

A diretora executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse na sexta-feira que a receita contra a pandemia da covid-19 em África passa pelo aumento do financiamento, alívio da dívida e medidas políticas para combater o choque.

"A nossa reunião de hoje [sexta-feira] sobre 'Mobilização com África' é sobre a solidariedade internacional e rápida ação para lidar com a emergência de saúde e as suas consequências económicas no continente", disse Kristalina Giorgieva na intervenção de abertura deste seminário de alto nível, que contou com as presenças, em formato virtual, dos líderes do FMI, Banco Mundial, União Africana, Organização Mundial de Saúde, Nações Unidas e dirigentes de vários países africanos.

"Temos uma responsabilidade conjunta de mobilização a favor de África na sua luta contra a pandemia e o impacto económico, por isso deixem-me apresentar três propostas", disse a dirigente do Fundo, elencando o aumento do financiamento, o fortalecimento do apoio ao perdão de dívida e a assistência nas respostas de políticas públicas como os três pilares do 'remédio' do FMI para África.

"Em primeiro lugar, aumentar rapidamente o financiamento para África: o FMI está a mobilizar 18 mil milhões de dólares [16,5 mil milhões de euros] este ano", disse Giorgieva, lembrando as medidas tomadas para permitir um acesso mais célere e mais volumoso aos instrumentos de ajuda financeira ao dispor dos países e convidando os participantes a apresentarem mais propostas.

Depois, “recolher apoio para o alívio da dívida", continuou a dirigente, salientando o contributo da França, Alemanha, China e Arábia Saudita "em apoiar o acordo" alcançado no G20 para suspender os pagamentos do serviço da dívida aos 76 países mais pobres, 39 dos quais estão em África.

Em terceiro lugar, “identificar respostas políticas para lidar com o choque atual", concluiu a responsável, sugerindo que África pode "não apenas gerir estes desafios, mas também capitalizar esta oportunidade que a crise apresenta, tornando-se mais competitiva e avançando, por exemplo, com a governação eletrónica e as empresas financeiras tecnológicas.

"Não tenho dúvidas de que venceremos esta crise e garantiremos que África vai ser a região mais dinâmica no século XXI", acrescentou Giorgieva no discurso de abertura do encontro que decorreu no final dos Encontros da Primavera do FMI e do Banco Mundial.

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