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Covid-19: ONU pede descongestionamento urgente de centro migratório na cidade espanhola Melilla

LUSA
17-04-2020 17:39h

A ONU pediu hoje medidas urgentes para descongestionar o centro de migrantes na cidade autónoma espanhola de Melilla, cuja ocupação excede o dobro da sua capacidade, alertando para a impossibilidade de aplicar medidas de prevenção contra o novo coronavírus.

O apelo foi feito pela missão espanhola do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) através da rede social Twitter.

Numa mensagem publicada naquela rede social, o ACNUR Espanha afirmou estar “extremamente preocupado” com “a situação de sobrelotação” do Centro de Permanência Temporária de Imigrantes (CETI) de Melilla, localizada no norte de África, relatando que atualmente aquelas instalações acolhem mais de 1.650 pessoas, um dos números mais altos dos últimos anos.

A organização frisou que o centro tem uma capacidade máxima de 782 pessoas.

Na mesma mensagem, o ACNUR lembrou que no CETI vivem pessoas muito vulneráveis, incluindo requerentes de asilo, famílias com crianças, mulheres grávidas e pessoas com doenças e com necessidades especiais.

Pessoas estas que, segundo prosseguiu a organização, sofrem com os efeitos desta “sobrelotação” que impede a aplicação das recomendações de distanciamento social, de prevenção e de resposta contra o novo coronavírus.

Perante tal situação, o ACNUR informou que transmitiu estas preocupações “ao mais alto nível”, ao nível de vários ministérios, para pedir medidas urgentes que permitam o descongestionamento deste centro migratório.

Entre as possíveis medidas a aplicar, o ACNUR propõe continuar a transferência de migrantes para a península, como foi feito antes do início da pandemia da covid-19, bem como "a necessidade de proporcionar um alojamento digno” aos atuais residentes do CETI.

A cidade de Melilla, um enclave espanhol localizado no norte de Marrocos, está situada numa das principais rotas migratórias de entrada na União Europeia (UE), a rota Ocidental (a passagem entre o norte de África e a Península Ibérica).

É uma rota principalmente utilizada por marroquinos, senegaleses, mauritanos, argelianos e subsaarianos.

 

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