A crise económica causada pela pandemia de covid-19 pode apagar os progressos em matéria de desenvolvimento registados nos últimos anos nos países pobres, afirmou hoje o presidente do Banco Mundial.
A instituição de Washington assumiu vários compromissos junto dos países mais vulneráveis, em particular de África, Ásia e América Latina, prometendo desbloquear 160 mil milhões de dólares nos próximos 15 meses para financiar projetos no terreno.
"Mas isso será claramente insuficiente" numa altura em que estes países têm falta de tudo, disse David Malpass, por ocasião das reuniões de primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Se não agirmos rapidamente para reforçar os sistemas e a resiliência (destes países), os progressos a nível de desenvolvimento registados nos últimos anos podem facilmente perder-se", considerou.
A economia mundial vai entrar em recessão este ano, de acordo com as últimas previsões do FMI, que apontam para uma contração de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial se as medidas de confinamento pararem no final de junho.
Se a pandemia e as medidas de isolamento social continuarem, a recessão pode ser bastante mais grave.
"Temos um longo caminho à nossa frente", advertiu Malpass, sublinhando que se trata de "uma crise sem precedentes, cujos efeitos sanitários, económicos e sociais são devastadores no mundo inteiro".
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.