O ex-advogado pessoal do Presidente dos EUA, Donald Trump, Michael Cohen, vai cumprir o restante da sua sentença em prisão domiciliária, por causa da pandemia de covid-19, segundo a imprensa norte-americana.
Michael Cohen está detido na prisão de Otisville, no Estado de Nova Iorque, depois de se ter declarado culpado de várias acusações, incluindo fraude no financiamento de campanhas eleitorais e mentir ao Congresso, em processos envolvendo Donald Trump.
Cohen deverá permanecer em quarentena por 14 dias, antes de ser libertado de Otisville, onde 14 reclusos e sete funcionários estão confirmadamente infetados pelo novo coronavírus, num estado que é o epicentro da pandemia nos EUA.
Depois de libertado, Cohen cumprirá o resto da sua pena em prisão domiciliária, segundo uma fonte próxima do antigo advogado de Donald Trump, citado pelos 'media' dos EUA.
Um juiz federal negou a tentativa de passagem de Cohen para prisão domiciliária após cumprir 10 meses de detenção, tendo dito no início deste mês que essa decisão apenas “o colocaria no fluxo das notícias”.
O Departamento Prisional não pode tomar a medida de o levar para prisão domiciliária sem uma decisão judicial, estando determinado que Cohen teria de ficar em Otisville até novembro de 2021.
A libertação de Cohen acontece quando advogados e líderes do Congresso estão a pressionar o Departamento de Justiça para libertar reclusos em risco de prisões, temendo surtos de contaminação, argumentando que as orientações de distanciamento social não podem ser respeitadas atrás das grades.
No início de março, o procurador-geral dos EUA, William Barr, ordenou o Departamento Prisional para aumentar o uso de prisões domiciliárias, agilizando a libertação de reclusos em situação de risco, iniciando esse processo em três estabelecimentos prisionais, sendo que nenhum deles é o de Otisville.
Na quinta-feira, 473 reclusos e 279 funcionários do Departamento Prisional tinham testado positivamente por coronavírus, em estabelecimentos prisionais dos EUA, tendo 18 desses prisioneiros morrido.
O Departamento Prisional disse que transferiu já cerca de mil reclusos para prisão domiciliária, desde 26 de março, quando Barr decretou o aumento deste recurso.
Na semana passada, um juiz ordenou que Michael Avenatti - o advogado que ficou famoso por representar a atriz pornográfica Stormy Daniels que tem um processo contra Trump - fosse temporariamente libertado de uma prisão federal em Nova York e permanecesse na casa de um amigo em Los Angeles.
Avenatti disse que estava em alto risco de se infetado pelo novo coronavírus, porque teve recentemente um ataque de pneumonia e o seu colega de cela na prisão em Nova iorque, foi removido devido a sintomas semelhantes aos da gripe.
O ex-líder do Senado do Estado de Nova York, Dean Skelos, 72, que cumpria igualmente uma pena em Otisville, também deve ser libertado em breve da prisão para prisão domiciliária, após testar positivo com o novo coronavírus.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria ou Espanha, a aliviar algumas das medidas.