SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: CDS questiona Governo se pensa aplicar capacidade do rastreio a DST nos testes à pandemia

LUSA
17-04-2020 14:09h

O grupo parlamentar do CDS-PP entregou hoje na Assembleia da República uma pergunta dirigida ao Ministério da Saúde, na qual questiona se o Governo pondera utilizar a capacidade dos rastreios a doenças sexualmente transmissíveis para a covid-19.

Na pergunta, a deputada Ana Rita Bessa pergunta se está nos planos do Governo “vir a utilizar a capacidade técnica e de saúde destas organizações também no rastreio imunológico da covid-19” e “porque não faz uso dessa disponibilidade”.

O CDS quer também saber por que razão “não está o Governo a fornecer equipamento de proteção individual a serviços de saúde comunitários de rastreio de VIH, infeções sexualmente transmissíveis (IST), tuberculose ou hepatites víricas”.

A deputada centrista questiona igualmente a ministra da Saúde, Marta Temido, se está “devidamente informada sobre as consequências que esta falta de apoio a população vulnerável pode ter nos próprios e na saúde pública”.

No documento, Ana Rita Bessa assinala situações “de pessoas que adquiriram autotestes a DST em farmácias, cujos resultados deram positivo” e que, por isso, pediram ajuda a organizações de luta contra a sida.

“De acordo com responsáveis das referidas organizações, a diminuição da procura pode encontrar justificação na atual situação de confinamento provocado pela pandemia Covid-19, mas também na falta de material de proteção” para técnicos e utentes, acrescenta.

O CDS salienta ainda que, “de uma forma geral, todos realçam a total disponibilidade para rastrear o VIH, infeções sexualmente transmissíveis (IST), tuberculose ou hepatites víricas, entre outros, mas referem a extrema dificuldade em comprar álcool, gel, viseiras, máscaras ou fatos adequados para o fazer sem colocar em risco a saúde dos profissionais”.

O partido está preocupado também com a suspensão “das consultas de infecciologia e da PrEP (profilaxia pré-exposição da infeção por VIH), o que causa grande ansiedade e stresse emocional nestes doentes e compromete de forma grave o seu seguimento médico”.

O CDS alerta ainda “são os mais vulneráveis e com comorbilidades que estão mais em risco”.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 657 pessoas das 19.022 registadas como infetadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

MAIS NOTÍCIAS