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Covid-19: PCP de Leiria pede mais apoios para pescadores de Peniche e Nazaré

LUSA
17-04-2020 12:38h

A Organização Regional de Leiria do PCP exigiu hoje mais apoios do Governo para os pescadores de Peniche e da Nazaré fazerem face às quebras do preço do pescado nas lotas devido aos impactos da pandemia covid-19.

"Além de questões como a necessidade de se garantir medidas de proteção aos trabalhadores da pesca que continuam a laborar, um dos principais problemas neste momento é a acentuada quebra de rendimento por via da desvalorização do pescado na primeira venda, o que tem determinado a paragem de muitas embarcações de pesca", alerta o PCP em nota de imprensa.

De acordo com os comunistas, enquanto nas lotas de Peniche e Nazaré, "as quebras de preço de espécies com alto valor comercial chegaram aos 50%" em espécies como o cherne, goraz, espadarte ou robalo, "na grande distribuição, os preços não sofrem praticamente alterações".

Para o PCP, as medidas anunciadas pelo Governo para este setor "são manifestamente insuficientes", "limitando-se" a criar linhas de crédito, suspender taxas de acostagem e alargar a mais pescadores o Fundo de Compensação Salarial (FCS).

Ao explicar que o FCS se destina a compensar os trabalhadores da pesca quando ficam em terra por causa de intempéries ou barras fechadas, o PCP defende que "os apoios específicos para enfrentar" a pandemia "devem ser garantidos por via do Orçamento do Estado e não esvaziando o atual FCS".

Os comunistas alertam também para a necessidade de não haver atrasos na definição da quota da sardinha para este ano e de a frota do cerco ser compensada por eventuais quebras no preço da sardinha decorrentes do cancelamento das festas dos santos populares.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 629 pessoas das 18.841 registadas como infetadas.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa quatro mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

O "Grande Confinamento" levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.

Para Portugal, o FMI prevê uma recessão de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.

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