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Covid-19: DGS diz que clínicas de hemodiálise têm que criar circuitos e equipas distintas (ATUALIZADA)

LUSA
16-04-2020 15:45h

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sublinhou hoje que as clínicas de hemodiálise têm de criar circuitos e equipas distintas para doentes covid-19 e doentes não covid, acrescentando que os casos graves “estão internados ou são acompanhados em hospital”.

“Obviamente os doentes em diálise são doentes graves para ter uma doença de risco por covid-19. Nestas circunstâncias, aqueles cuja sua sintomatologia e patologia de base o justifique vão obviamente para os hospitais. No entanto, as clínicas têm indicações e procedimentos bem definidos”, disse Graça Freitas.

Na conferência de imprensa diária para fazer o balanço da pandemia de covid-19 no país, a diretora-geral da Saúde, que respondia a uma pergunta da RTP sobre um caso de uma clínica de hemodiálise que registou casos covid-19 e se mantém aberta, frisou que as clínicas têm de criar circuitos próprios.

“Um circuito para doentes covid-19 e um para não covid. E estes dois circuitos devem ser, não só separados fisicamente, como também com equipas distintas”, disse Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde não comentou nenhum caso concreto de alguma clínica concreta, mas considerou: “Pelo relato [feito pelo jornalista] essa clínica provavelmente estará a observar as boas práticas”.

Graça Freitas frisou que os doentes que necessitam de diálise “têm de continuar a fazê-la”, acrescentando que “os casos graves ou estão internados nos hospitais ou são acompanhados em hospital”.

Também na habitual conferência de balanço, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, disse que, no que diz respeito a mortes nos cuidados intensivos “a informação é que nas últimas 24 horas não houve nenhuma”.

No entanto, o governante notou que aguarda uma resposta sobre um óbito no Hospital de São João no Porto.

“Relativamente às mortes em cuidados intensivos é muito variável de dia para dia. E também de região para região. Sabemos que essa mortalidade acontece mais em idosos e com mais morbidades, mas, é importante dizê-lo, isso não é sempre assim”, disse António Lacerda Sales.

Portugal regista hoje 629 mortos associados à covid-19, mais 30 do que na quarta-feira, e 18.841 infetados (mais 750), indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).

O relatório da situação epidemiológica, com dados atualizados até às 24:00 de quarta-feira, indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortos (355), seguida pelo Centro (146), pela região de Lisboa e Vale Tejo (115) e do Algarve, com nove mortos.

O boletim regista quatro óbitos nos Açores.

Em relação às 18.841 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria - 17.539 está a recuperar em casa. Estão internadas 1.302 pessoas, 229 das quais em Unidades de Cuidados Intensivos.

Das mortes registadas, 413 tinham mais de 80 anos, 131 tinham idades entre os 70 e os 79 anos, 59 entre os 60 e os 69 anos, 18 entre os 50 e os 59 anos e oito óbitos na faixa entre os 40 e os 49 anos.

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