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Bloco de Esquerda aponta problemas do CHO e reclama um novo hospital para o Oeste

LUSA
08-11-2019 15:50h

O Bloco de Esquerda reconheceu hoje que o Centro Hospitalar do Oeste melhorou no último ano mas, num diagnóstico apresentado na Assembleia da República, apontou problemas graves que, afirma, só se resolvem com a construção de um novo hospital.

O Centro Hospitalar do Oeste (CHO) “está claramente em melhor situação do que há um ano”, reconheceu o Bloco de Esquerda (BE), na sequência de uma reunião com o Conselho de Administração (CA), na qual foram, no entanto, identificadas “dificuldades”.

O BE reconhece “progressos ao nível de serviços com um crescimento de 4% no número de consultas e um maior número de partos” na instituição que tem a decorrer um investimento de 900 mil euros na requalificação da urgência do Hospital das Caldas da Rainha e aprovada uma candidatura no montante 1,6 milhões de euros para as urgências de Torres Vedras.

A requalificação da oftalmologia (em Torres Vedras), a criação de um serviço de internamento de psiquiatria no hospital de Peniche e a reabertura do refeitório do Hospital das Caldas da Rainha, que tinha sido fechado pela ASAE, são outros dos aspetos positivos sublinhados pelo BE.

Porém, num diagnóstico que sustenta uma pergunta ao Governo, efetuada hoje pelos deputados Ricardo Vicente, Moisés Ferreira e José Soeiro, o Bloco aponta a existência de “valências médicas muito deficitárias” nos quadros da instituição que engloba os hospitais das Caldas da Rainha, Peniche (ambos no distrito de Leiria) e Torres Vedras (distrito de Lisboa).

Nomeadamente a urologia, radiologia, imunoterapia, cardiologia, anestesia e as urgências surgem entre as especialidades sem nenhum médico ou com clínicos insuficientes para responder aos utentes.

No que respeita ao quadro de pessoal, depois de um processo de regularização de precários, que vinculou 240 trabalhadores, “continuam a ser recrutadas pessoas a recibos verdes e mediadas por empresas de trabalho temporário para garantir o normal funcionamento dos três hospitais”, denuncia o BE.

Na reunião com o CA, o BE foi informado que a instituição aguarda desde janeiro a autorização da tutela para abrir concurso para a respetiva contratação.

"Infraestruturas e equipamentos envelhecidos, muitos em fim de vida útil”, são outros dos problemas apontados pelo BE, que alude ainda à “farmácia em contentores, sem capacidade de responder às necessidades dos doentes oncológicos” e ao “parque informático obsoleto”.

Problemas que justificam “uma enorme necessidade de investimento público” para minorar as dificuldades de gestão da instituição face à “dispersão de serviços de especialidade e de urgência em três hospitais distanciados por dezenas de quilómetros e sem interligação por transportes públicos coletivos capazes”.

A resolução de muitos dos atuais problemas “só se concretizará com a construção de um novo hospital, que permita centralização de serviços, maior rentabilização de recursos e a oferta de melhores condições a profissionais e utentes”, defende o BE, no documento em que questiona o Governo sobre quando prevê a construção de um novo hospital “que permita otimizar os serviços prestados” e para quando a concretização de investimento na reabilitação das farmácias.

O BE questiona ainda qual o montante gasto nos últimos três anos com o transporte de doentes entre os três hospitais, e porque não foi ainda dada autorização da tutela (solicitada em janeiro) para a abertura de concursos.

O CHO serve cerca de 3.000 pessoas dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

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