O provedor da Misericórdia de Moncorvo anunciou hoje que cinco utentes negativos para covid-19 regressaram à unidade de cuidados continuados local, alvo de descontaminação, após um período de internamento numa unidade hospitalar de Vila Nova de Gaia.
"Após o processo de descontaminação efetuado pelo Exército, na cave e no piso zero do edifício dos cuidados continuados, há cinco utentes que regressaram hoje a esta unidade transportados em ambulâncias, e que estavam internados numa unidade hospitalar de Vila Nova de Gaia", indicou à Lusa Fernando Gil.
O transporte dos doentes que se encontravam numa unidade hospitalar da Cruz Vermelha, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, foi efetuado pelos bombeiros de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança.
Segundo o provedor, dos sete utentes que foram transferidos para uma unidade Hospitalar de Vila Nova de Gaia, dois acabaram morrer devido às patologias de já eram portadores, "não estando as suas morte relacionadas com a covid-19 já que os testes efetuados deram negativo para o novo coronavírus".
As primeiras análises feitas aos utentes da unidade de cuidados continuados de Torre de Moncorvo aconteceram no dia 01 de abril, sendo que os primeiros resultados foram conhecidos no dia 04 de abril, com 14 pessoas que deram positivo para covid-19 (13 utentes e uma funcionária), obrigando à descontaminação do espaço pelo Exército e à retirada temporária de utentes sem covid-19.
O responsável afiançou que há zonas da unidade de cuidados continuados de Torre de Moncorvo "que estão limpas e os doentes que as vão ocupar também estou limpos, e assim não há problemas", vincou.
O provedor já havia adiantado à Lusa que, com esta operação levada a cabo pelo Exército, a unidade de cuidados continuados de Torre de Moncorvo ficou com "uma zona limpa, onde os profissionais podem trabalhar mais à vontade e com mais segurança".
Uma pessoa ao entrar nas zonas descontaminadas fica com a sensação de que o ar está diferente. Mesmo os profissionais de saúde que se deslocam a estes espaços ficam com uma impressão de um espaço limpo", descreveu o provedor da Misericórdia de Moncorvo, entidade que tem a seu cargo a gestão da unidade de cuidados continuados.
Segundo Fernando Gil, os 12 infetados pelo novo coronavírus que estão, atualmente, na unidade de cuidados continuados apresentam-se sem sintomas e aguardam que se façam novos nos testes.
O provedor indicou ainda que os 12 utentes positivos para o coronavírus estão a ser acompanhados por um médico e enfermeiros voluntários, provenientes da Unidade Local de Saúde (ULS) Nordeste a que se juntam equipas de saúde (médico e enfermeiros) da própria unidade de cuidados continuados, em que trabalham dois profissionais por turno, no mínimo.
A Equipa de voluntários da ULS Nordeste que acompanha os utentes da unidade de cuidados continuados de Moncorvo é composta, por um médico, três enfermeiros e duas auxiliares.
Pertencentes à unidade de cuidados continuados local, estão ao serviço quatro enfermeiros apoiados por seis a oito auxiliares.
O município de Torre de Moncorvo decidiu na quinta-feira alargar o prolongamento do plano municipal de emergência de proteção civil até ao dia 01 de maio, mantendo-se as proibições anteriormente impostas.
Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados se registaram a 02 de março, o último balanço da DGS indicava 599 óbitos entre 18.091 infeções confirmadas. Entre esses doentes, 1.200 estão internados em hospitais, 383 já recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.