SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: Moscovo e Damasco pedem suspensão de sanções contra a Síria  

LUSA
15-04-2020 11:32h

A Rússia e a Síria instaram hoje a comunidade internacional a pressionar o Ocidente para levantar as sanções contra Damasco para o país árabe poder receber ajuda para enfrentar a pandemia do coronavírus e cuidar dos refugiados.

Num comunicado conjunto, o chefe do organismo russo que coordena o regresso dos refugiados sírios, Mikhail Mizintsev, e o seu homólogo sírio, Hussein Makhlouf, classificam as sanções de “ilegais e desumanas” e recordam o apelo da ONU para um cessar-fogo global e o alívio das sanções no contexto da pandemia.

“O sistema de saúde do país foi muito afetado durante a guerra. Restaurar a capacidade do Estado para combater a infeção pelo coronavírus apenas é possível com apoio externo”, realçam Rússia e Síria.

No entanto, adiantam, as sanções dos Estados Unidos e da Europa contra a Síria “impedem o fornecimento de medicamentos e equipamento médico”.

“A capacidade das autoridades para diagnosticar e prestar assistência é muito limitada: são realizados cerca de 100 testes diariamente no país e apenas existem 25.000 camas nos estabelecimentos de saúde e não possuem ventiladores”, segundo o comunicado.

De acordo com a agência russa Interfax, a Síria conta com 29 infetados com o novo coronavírus e dois mortos.

Moscovo e Damasco também expressam preocupação com a “situação sanitária e epidemiológica no acampamento de refugiados de Rukban, situado numa zona desértica da fronteira entre a Síria e a Jordânia e controlado pelos Estados Unidos.

“Segundo os testemunhos dos antigos residentes do acampamento, as instalações médicas estão fechadas, não há medicamentos nem médicos qualificados”, adiantam.

Indicaram ainda que devido às restrições da quarentena, o número de sírios que regressam às suas casas “diminuiu drasticamente e atualmente não ultrapassa as duas pessoas por dia”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 124 mil mortos e infetou quase dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Desencadeada em 2011, a guerra na Síria já causou mais de 380.000 mortos e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.

MAIS NOTÍCIAS