O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) juntou-se hoje à comunidade científica nacional no pesar pela morte da imunologista Maria de Sousa, destacando o seu papel na área das ciências da saúde.
No comunicado em que apresenta as condolências aos familiares, o IPMA destaca que Maria de Sousa, 81 anos, que morreu durante a madrugada de hoje no Hospital de São José, em Lisboa, vítima da infeção pelo novo coronavírus, “teve um papel relevante no esforço de arranque da atividade de investigação de excelência na área das ciências da saúde em Portugal”.
Na segunda metade da década de [19]80, depois de uma carreira no estrangeiro regressou a Portugal “e contribuiu decisivamente para um processo de crescimento notável da ciência e tecnologia” em Portugal e “em especial na ciências da saúde”.
“Além do seu extraordinário percurso como investigadora, salienta-se a sua influência na implementação da avaliação externa e independente dos centros de investigação portugueses, que não existia na década de 80 em Portugal”, acrescenta o IPMA.
O instituto sublinha que a sociedade reconheceu o seu papel no desenvolvimento da ciência em Portugal, tendo sido distinguida por várias entidades e condecorada por três Presidentes da República.
Segundo disse à Lusa uma fonte do Centro Hospitalar Lisboa Central, a investigadora estava internada nos cuidados intensivos do Hospital de São José, que integra este Centro Hospitalar.
A notícia da morte de Maria de Sousa, nascida em 1939, foi avançada pelo jornal Público.
Cientista, escritora, professora universitária, Maria de Sousa lecionou em Inglaterra, Escócia e Estados Unidos, depois de ter saído de Portugal ainda durante o Estado Novo, em 1964. Regressaria já no período democrático, em 1985, passando a professora catedrática de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto.
Segundo fonte da Universidade do Porto, Maria de Sousa tinha várias patologias, tendo sofrido "complicações de saúde, que já lhe dificultavam o andar".
Era professora Emérita da Universidade do Porto e investigadora honorária do i3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde e era ainda membro do júri do Prémio Pessoa.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos associados à covid-19, mais 32 do que na segunda-feira (+6,%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).