O autarca de Chimoio, João Ferreira, anunciou hoje um corte voluntário de metade do salário do seu executivo, por três meses, para financiar ações de combate ao novo coronavírus na capital de Manica, centro de Moçambique.
O autarca, oito vereadores e dois assessores do Conselho Autárquico de Chimoio vão doar metade do salário até junho para a compra de bombas de pulverização, máscaras, luvas e cloro.
“Vimos que há carência de alguns produtos para pulverização. De maneira nenhuma podemos parar” justificou João Ferreira em declarações à Lusa sobre a decisão do coletivo, à saída de uma reunião de emergência, na quinta-feira.
A cidade, encostada ao Zimbabué, e atravessada pelo principal corredor rodoviário que liga o porto da Beira, no oceano Índico, aos países africanos do interior - todos com casos positivos -, espera angariar com a iniciativa mais de 400 mil meticais (quase 5.500 euros) que serão canalizados para ações de prevenção da covid-19.
“Devemos fazer com que o impacto negativo seja mínimo” caso a doença chegue à cidade, frisou João Ferreira.
O município de Chimoio iniciou na semana passada uma pulverização das principais entradas da cidade, abrangendo todas as viaturas, incluindo motas e bicicletas, além de submeter a lavagem de mãos todos os passageiros de transportes coletivos.
Dados das autoridades de saúde, em Manica, indicam que 1.200 pessoas, na sua maioria camionistas moçambicanos provenientes do Zimbabué e mineiros, da Africa do Sul, estão em quarentena domiciliar na província por prevenção.
Moçambique regista 20 casos de infeção pelo novo coronavírus, sem mortes.
A pandemia de covid-19, causada pelo novo coronavírus, já provocou mais de 96 mil mortos e infetou quase 1,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em África, há registo de 630 mortos num universo de mais de 12.219 casos em 52 países.