As autoridades timorenses vão testar todos os contactos da segunda paciente infetada com a covid-19 em Timor-Leste, uma jovem timorense que entrou na fronteira no passado dia 01 de abril, disse à Lusa um porta-voz do Governo.
“Para já são 10 pessoas com quem ela estava em quarentena. Decidimos fazer o teste a todos e ao motorista que os transportou da fronteira para o local de quarentena em Díli”, disse à Lusa Sérgio Lobo, porta-voz do Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC) da covid-19.
“As pessoas que vieram com elas estão todas em quarentena. Estamos ainda a identificar todos os contactos adicionais, incluindo pessoal de imigração e alfandegas e demais contactos no ponto de entrada para fazer o rastreio”, explicou.
Sérgio Lobo disse que o Governo está a avaliar se é necessário fazer testes adicionais para tentar evitar potenciais contágios adicionais da covid-19.
A jovem infetada entrou em Timor-Leste no passado dia 01 de abril pela fronteira de Batugadé, junto da costa norte da ilha, e viajou com 10 outras pessoas para Díli num carro enviado pelo CIGC para as transportar para quarentena na capital timorense.
Sérgio Lobo explicou que a jovem começou a mostrar sintomas levas na noite de quarta-feira tendo na quinta-feira informado pessoal de saúde que a transportou para a Clínica de Vera Cruz onde foi testada.
“Fizeram o teste que acabou por sair positivo e ficou imediatamente em Vera Cruz”, disse, explicando que a jovem tem “sintomas leves”.
Este é o segundo timorense confirmado com covid-19, depois de um diplomata de Timor-Leste destacado num país asiático ter sido infetado, estando atualmente estável e a recuperar da doença.
O porta-voz do CIGC – que hoje anunciou também a recuperação do primeiro infetado com a doença – disse que este segundo caso confirma a necessidade de manter e reforçar as medidas de prevenção de contágio.
“Sim, temos que ser mais duros nisto porque a obediência social está a ser muito baixa. Se calhar é tempo de apertar um pouco mais porque continua a andar muita gente na rua”, disse Sérgio Lobo
“Repetimos por isso os apelos às pessoas para que mantenham as medidas preventivas e foram dadas instruções à polícia para dispersar grupos”, explicou.
Apesar disso Sérgio Lobo afirmou que não vão, para já, ser endurecidas as medidas do estado de emergência e que se trata de “reforçar o que já está decidido”, principalmente no distanciamento social, uso de máscaras em estabelecimentos públicos e higiene.
No que toca à fronteira – o Governo aprovou na quarta-feira o fecho a entradas de cidadãos de qualquer país, incluindo timorenses – Sérgio Lobo disse que a entrada ilegal de timorenses é hoje o “maior problema”.
“Estamos a tentar atuar para lidar com estes ilegais. Não sabemos o número e estamos a envolver as comunidades e os líderes locais para ajudar a informar destes casos, para que possam ser alvo de rastreio e quarentena”, frisou.
No que toca ao paciente recuperado, Sérgio Lobo recordou que “não há tratamento específico para a covid-19” e que o que acaba por determinar o resultado final “são as condições do indivíduo”.
“Ele não tinha situação prévia de doenças, o caso era ligeiro, e não tinha sintomas respiratórios muito graves. Já se cumpriram os testes obrigatórios para ter alta, ainda assim recomendamos que se mantenha em quarentena”, disse.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 89 mil, tendo 312 mil sido considerados curados.