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Covid-19: Patriarca de Lisboa realça os “bons exemplos” de servir no combate à pandemia

09-04-2020 23:24h

O cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, considerou hoje que “não faltam, felizmente, bons exemplos de reinar servindo”, como os que se verificam “no combate à atual pandemia de covid-19.

“São os que mais admiramos, reconhecendo o bem que fizeram e fazem. Reinam assim na nossa gratidão, que é o terreno mais sólido para um reino perdurar, como acontece ao de Cristo”, disse Manuel Clemente na homilia da Missa da Ceia do Senhor, hoje na Sé de Lisboa.

Numa celebração que costuma ser marcada pela cerimónia do Lavá-pés, este ano não cumprida face às medidas de combate à covid-19, e que foi realizada sem a presença de fiéis, com transmissão pela internet, o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) sublinhou as circunstâncias do momento, “difíceis decerto, mas por isso mesmo mais necessitadas de Cristo”.

Manuel Clemente lembrou na homilia o sacrifício de Cristo. “Não esperou a nossa entrega, para se entregar por nós. Suscita-nos e pede a adequação perfeita à sua maneira de ser e fazer, afirmou, sublinhando a “humildade” de Deus.

“Compreendemos já como o Lava-pés de Cristo resume uma atitude total, de Deus para nós e de nós para Deus?”, questionou, exortando: “Respondamos hoje que assim mesmo será, para que todos descubram que o serviço aos outros é o sacrifício que Deus pede. Bem o souberam as primeiras gerações cristãs, face aos mais desamparados do seu tempo”, afirmou.

“Traduzamo-lo nas necessidades de agora, tão inesperadas e acrescidas, para a humanidade próxima e global. Reconheçamos agradecidos a solidariedade de tantas pessoas, dos profissionais de saúde e outros setores fundamentais às autoridades e famílias. O Espírito divino prolonga neles o Lava-Pés de Cristo, reavivando-lhe a imagem e recuperando-lhe a semelhança”, afirmou ainda o cardeal-patriarca na homilia de hoje.

Face à pandemia, a CEP determinou a “suspensão da celebração comunitária” da missa “até ser superada a atual situação de emergência”, pelo que as cerimónias litúrgicas estão a ocorrer “sem a participação física dos fiéis (… ) no cumprimento das deliberações das autoridades civis e de saúde”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 94 mil.

Dos casos de infeção, mais de 316 mil são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).

Dos infetados, 1.173 estão internados, 241 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 205 doentes que já recuperaram.

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