“Não há nenhum problema político para resolver. Quando ouço os autarcas a reclamarem que querem mais testes, eu, em Matosinhos, não me posso juntar, porque não temos esse problema”, afirmou Luísa Salgueiro.

Por isso, a socialista referiu que não adianta o Ministério da Saúde enviar mais ‘kits’ porque esses nunca faltaram.

Além de não ter falta de testes, Luísa Salgueiro garantiu ainda não ter falta de recursos humanos para os realizar, sendo o único problema a "falta de capacidade técnica" dos laboratórios para tratar as amostras.

"Não há falta de equipamentos em Matosinhos, não há falta de zaragatoas, nem de equipas para recolher os testes, porque a Unidade Local de Saúde e os laboratórios garantem esses recursos humanos", afirmou.

Os três laboratórios do concelho do distrito do Porto não têm "mais capacidade técnica" porque têm um limite por dia e, por mais colheitas que se façam, não as conseguem tratar todas, explicou.

"Falo com os diretores dos três laboratórios e o que eles me dizem é que não conseguem fazer mais do que o que fazem, não é materialmente possível", vincou.

Luísa Salgueiro visitou hoje três lares, depois de ter recuperado da infeção pelo novo coronavírus, para distribuir equipamentos de proteção, nomeadamente luvas, máscaras e viseiras, e pão-de-ló aos idosos para assinalar esta época da Páscoa.

As máscaras que distribuiu fazem parte de um pacote de 50 mil que a cidade portuária de Xiamen, na China, enviou a Matosinhos, com quem tem em curso um processo de geminação.

"No final de março escrevi ao meu homologo de Xiamen a dar conta das nossas dificuldades, nomeadamente relativamente à falta de máscaras cirúrgicas para as instituições de solidariedade social do concelho e ele mandou produzi-las, tendo a Super Bock Group pago o seu transporte e entrega", referiu Luísa Salgueiro.

Além disso, acrescentou, este grupo doou gel desinfetante que está a produzir.

A autarca ressalvou que, até ao momento, o município já entregou cerca de 10 mil máscaras, 2.800 pares de luvas, 400 viseiras, 300 protetores para pés e 34 pares de óculos.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).

Dos infetados, 1.173 estão internados, 241 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 205 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado no dia 02 de abril na Assembleia da República.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.