Na missiva enviada na quarta-feira e que a agência Lusa teve hoje acesso, o presidente dessa organização internacional, fundada há 70 anos e com sede em Paris, França, pediu ao chefe de Estado cabo-verdiano uma “ajuda substancial” aos órgãos de comunicação social do país, que lhes permita fazer face à situação difícil provocada pela pandemia da covid-19.

O jornalista senegalês não escondeu a sua preocupação e disse recear que esta crise, que está à pôr em causa a sustentabilidade dos media não só em Cabo Verde como também em outros países francófonos e no mundo, possa “fazer desaparecer por completo certos meios de comunicação social”.

“Ora, os meios de comunicação social são um elemento essencial do desenvolvimento económico e humano. Mostraram também o seu caráter insubstituível como meio de informação numa altura em que se tomaram as medidas de precaução necessárias face a esta pandemia”, enfatizou Madiambal Diagne.

O presidente da União Internacional de Imprensa Francófona considerou ainda de “extremamente grave” a situação por que passam atualmente muitos meios de comunicação social dos países, em especial os da francofonia.

Na carta, enviada a outros presidentes da República de países francófonos, Madiambal Diagne indicou que a pandemia tem levado a uma redução da paginação ou mesmo à cessação da publicação de muitos meios de comunicação social, particularmente para a imprensa escrita.

A redução drástica das receitas publicitárias é outro ponto que preocupa o presidente dessa organização de jornalistas de língua francesa, que deu conta ainda que a venda de jornais diminui com as medidas tomadas para restringir a circulação de pessoas nos diferentes países.

A União Internacional da Imprensa Francófona é composta por cerca de 3.000 jornalistas representados em 125 países dos cinco continentes.

Cabo Verde aderiu à Organização Internacional da Francofonia em 1996.