Uma empresa de comércio de peixe, sediada Vila do Conde, distrito do Porto, ofereceu mais de uma tonelada de sardinhas a instituições de solidariedade social, para ajudar a amenizar as consequências da covid-19.
A iniciativa da ‘MundOceanic' foi pensada pelos sócios gerentes, que mesmo com uma quebra acentuada nas vendas de peixe, sentiram que podiam ajudar "quem está a passar ainda mais dificuldades".
"Contactámos a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que desde logo apoiou a ideia e nos ajudou a chegar a nove instituições que apoiam idosos, crianças e pessoas com carências. Depois, foi só marcar as entregas e distribuir cerca de 1250 quilos de sardinha", contou à Lusa José António Cunha, sócio-gerente da empresa.
O responsável da ‘MundOceanic', que vende produtos da pesca, aquicultura, crustáceos e moluscos para a toda a zona norte do país, confessou uma "descida dramática" na venda de peixe neste último mês, como consequência da pandemia.
"Estamos a viver o dia-a-dia e temos de nos adaptar às circunstâncias. As nossas vendas desceram de forma dramática, mas também é nestes momentos que temos de dar a mão a quem está numa situação ainda pior", confessou José António Cunha, que emprega quase uma dezena de colaboradores.
O empresário disse "sentir muito menos gente a comprar peixe", mas lembrou que sendo este um bem alimentar essencial para o país irá continuar a trabalhar até não ser mais possível.
"As pessoas, e bem, saem menos de casa para se protegerem do vírus, e acabam por comprar menos peixe. Além disso, quando há menos procura, os preços também acabam por cair. É uma bola de neve que nos vai criando muitas dificuldades", confessou.
O responsável reconheceu que "será otimista dizer que todas as empresas do ramo se irão aguentar nesta crise", mas vincou que "mais que nunca é tempo de todo o setor se unir para passar esta má fase".
Em Portugal, segundo o balanço feito quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).
Dos infetados, 1.173 estão internados, 241 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 205 doentes que já recuperaram.
O país encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado no dia 02 de abril na Assembleia da República.