Os 60 trabalhadores do Bingo Boavista, no Porto, acordaram com a empresa avançar com a suspensão do contrato de trabalho após não receberem o salário de março, disse hoje à Lusa um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Hotelaria.
Impedidos de exercer a sua atividade desde que foi decretado o estado de emergência, para evitar a propagação do novo coronavírus, os funcionários do bingo "foram surpreendidos pelo não pagamento do salário de março pela empresa", disse Nuno Coelho.
Após um contacto feito pelo sindicato, a sociedade Pefaco Portugal, S.A., [que explora o bingo do Boavista] e que tem sede em Barcelona, "informou estar com dificuldades para fazer a transferência do dinheiro para os trabalhadores", respondendo o sindicato com a proposta de "suspensão do contrato laboral", relatou o sindicalista.
"A solução foi aceite, comprometendo-se a empresa a disponibilizar as declarações para os trabalhadores poderem avançar com os processos junto da Segurança Social", acrescentou Nuno Coelho explicando que a outra solução "era esperar completarem-se 15 dias sem receber o salário para o trabalhador poder avançar com o pedido".
Segundo o dirigente sindical, a "empresa tem dívidas ao Estado e por isso não pode recorrer ao 'lay-off'".
A Lusa tentou contactar a empresa, mas até ao momento não foi possível.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes por covid-19, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.