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Covid-19: Comissão iraquiana pede declaração de “zona de desastre”

LUSA
08-04-2020 19:14h

A Comissão iraquiana de direitos humanos, organismo estatal independente, pediu hoje às autoridades que declarem “zona de desastre” as áreas mais afetadas pelo novo coronavírus para ajudar a conter as consequências da pandemia.

Em comunicado, a Comissão indicou que diversas cidades e províncias do país preenchem os requisitos para serem declaradas “zonas de desastre” pelo parlamento, devido ao elevado número de contágios e a falta de meios para enfrentar a doença, que já provocou até ao momento 69 mortos, segundo os números oficiais.

Fadhel al Gharawi, que integra esta organismo, referiu à agência noticiosa Efe que o objetivo da petição consiste em enfrentar a pandemia de forma conjunta, com todos os recursos disponíveis do Estado e num país massacrado por décadas de conflito.

A lei iraquiana prevê a declaração de “zonas de desastre” no caso de desastres naturais, epidemias, incidentes, combates ou invasões estrangeiras, uma condição que tradicionalmente tem sido aplicada em territórios atingidos pela guerra.

“Estas regiões devem ter prioridade porque estão afetadas e necessitam de apoio especial e cuidado nestas circunstâncias excecionais, e todas as capacidades do Estado devem destinar-se a facilitar-lhes apoio e assistência”, afirmou Al Gharawi.

No Iraque, segundo os dados oficias, foram registados até hoje 1202 casos do novo coronavírus, a maioria concentrados em Bagdad e nas províncias do sul do país, onde inicialmente foram detetados casos em pessoas provenientes do vizinho Irão.

As autoridades impuseram um recolher obrigatório em meados de março, prorrogado até meados de abril, mas muitos iraquianos não estão a cumprir as instruções de permanecerem em casa e evitar reuniões e eventos públicos, em particular os de caráter religioso.

As forças de segurança iraquianas indicaram que desde 17 de março, quando entrou em vigor o recolher obrigatório, e até 03 de abril foram detidas 20.380 pessoas por infração à proibição de sair à rua e circular.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 260 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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