O secretário-geral do PCP defendeu hoje ser preciso “tranquilizar alunos, pais e famílias” em relação ao futuro do ensino devido à pandemia de covid-19, manifestando preocupação com os alunos do secundário e com o acentuar de assimetrias.
No final da reunião com o primeiro-ministro, na residência oficial, em Lisboa, a propósito da reabertura do ano escolar no quadro da covid-19 – António Costa está hoje a receber todos os partidos com assento parlamentar – Jerónimo de Sousa considerou necessário que pais e alunos “descansem com a clarificação, por parte do Governo, das medidas que pretende implementar”.
“Designadamente no aproveitamento do primeiro e segundo períodos para a respetiva avaliação. Não considerar o ano perdido”, apelou.
O líder comunista advertiu que, “tendo em conta as novas tecnologias que podem ser necessárias” para o ensino à distância, não se podem “acentuar as assimetrias e as desigualdades de acesso” e manifestou “uma preocupação em relação particularmente aos alunos do secundário e à necessidade de se abrir a possibilidade do acesso ao Ensino Superior”.
“Propostas construtivas que o Governo creio que tomou boa nota e que haveremos de verificar para tranquilizar os alunos, os pais, as famílias em relação ao futuro do ensino e à possibilidade real de, num quadro ainda de incerteza, onde não é possível estabelecer metas rígidas, mas a ideia de que há soluções”, reiterou.
Questionado sobre se estava confiante em que possa vir a haver aulas presenciais em maio pelo menos para os alunos do secundário, Jerónimo de Sousa considerou que essa “é uma boa perspetiva” já que “a indefinição é pior do que a existência de soluções, naturalmente sempre sujeitas a escrutínio”.
“Esta ideia de que se retoma o caminho da normalidade, embora condicionado pela incerteza que nos toca a todos, eu creio que é possível, nessa perspetiva, mesmo não abrindo as escolas todas, que existam as condições para começar a dar os passos da retoma, da esperança, da confiança”, salientou.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.