A República Democrática do Congo (RDCongo) e os nove países vizinhos aprovaram terça-feira a elaboração de um quadro conjunto para reforçar a colaboração fronteiriça na preparação e resposta ao vírus do Ébola e outros surtos de doenças.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em comunicado, referiu que o acordo foi firmado em Goma, durante um encontro de ministros, altos funcionários da saúde e imigração e parceiros, para estabelecer um quadro conjunto para reforçar a colaboração fronteiriça na preparação e resposta ao vírus do Ébola e outros surtos de doenças.
Os representantes dos 10 países - Angola, Burundi, República Centro-Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Ruanda, Sudão do Sul, Uganda, República Unida da Tanzânia e Zâmbia - registaram com preocupação o surto de Ébola no nordeste da RDCongo, que se arrasta há mais de um ano, e o crescente potencial de propagação para os países vizinhos.
Os participantes reconheceram que o surto representa uma ameaça comum para a saúde e a segurança económica na sub-região e outras partes de África, bem como a necessidade de se desenvolver um plano de ação para atenuar os efeitos dessas ameaças.
"Os recursos são sempre limitados e há sempre lacunas nos planos de emergência de contingência. A criação de um mecanismo de colaboração transfronteiriça e a partilha de recursos contribuirão para atenuar o sofrimento e minimizar o impacto social e económico dos surtos de doenças", declarou a comissária da União Africana para os Assuntos Sociais, Amira Elfadil Mohamed.
Por seu lado, a diretora regional para África da OMS, Matshidiso Moeti, sublinhou que a colaboração transfronteiriça irá melhorar particularmente a partilha de informação sobre surtos de doenças e emergências, em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional (2005) juridicamente vinculativo.
"Nos últimos tempos, o Ébola tem estado no centro das atenções e outras doenças também representam uma ameaça significativa. Estes eventos destacam a imensa importância da colaboração transfronteiriça para melhorar a partilha e a troca de informações para conter rapidamente os surtos, harmonizar os recursos, aumentar a coordenação e impedir que as doenças atravessem as fronteiras", afirmou Matshidiso Moeti.
A dirigente regional da OMS acrescentou que “a partilha de informação está a melhorar”, mas é preciso elevá-la para “um nível aceitável”.
“Precisamos que os países partilhem abertamente a informação necessária para salvar vidas. A nossa missão é estabelecer uma colaboração transfronteiriça que cubra todos os surtos e todas as emergências de saúde pública", frisou.