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STOP prolonga greve até 31 de outubro para exigir retirada de amianto das escolas

LUSA
18-10-2019 18:18h

O Sindicato de Todos os Professores (STOP) decidiu prolongar até ao fim dos mês a greve destinada a exigir a retirada de materiais com amianto das escolas, disse hoje agência Lusa o dirigente sindical André Pestana.

“Sete escolas fecharam em adesão a esta greve e muitas outras aderiram de forma parcial”, disse o responsável sindical, fazendo um balanço “claramente positivo” da iniciativa.

André Pestana sublinhou que esta foi a primeira greve realizada depois da revisão de estatutos do sindicato, que agora abrange “todos os profissionais de educação”, de funcionários a psicólogos, além dos docentes.

“Temos recebido muitas solicitações para fazer reuniões em escolas”, afirmou André Pestana, explicando que fica ao critério dos profissionais de cada estabelecimento “a forma como vão organizar a sua luta”.

Assim, há escolas que fecham um dia inteiro, enquanto outras encerram durante um turno ou aproveitam o pré-aviso para realizarem manifestações e outras ações de protesto.

André Pestana criticou os sucessivos governos por não terem cumprido os planos para a retirada de materiais contendo amianto, nomeadamente em coberturas.

Do Ministério da Educação aguarda resposta a vários pedidos de reunião. “Há uma clara discriminação política”, lamentou.

O STOP começou por entregar um pré-aviso de greve para 15 dias, período que hoje termina, com uma renovação até 31 de outubro.

De acordo com o STOP, há cerca de 100 escolas onde o amianto continua a ser um problema para alunos, professores, funcionários e pessoas que vivem nas proximidades.

Muitos desses estabelecimentos foram alvo de intervenções para a retirada dessa substância, considerada cancerígena, mas o trabalho de remoção foi mal feito, segundo o porta-voz do sindicato.

O STOP exige a retirada do amianto das escolas, lembrando que “põe em perigo diariamente milhares de crianças, encarregados de educação e profissionais de educação”.

Greve contra o amianto encerra várias escolas em Sintra e na Amadora

A greve a exigir a retirada do amianto das escolas, promovida pelo Sindicato de Todos Os Professores (S.TO.P.), já levou a encerramentos em três estabelecimentos de ensino no concelho de Sintra e em quatro na Amadora.

A informação foi prestada à Lusa pelo dirigente do S.TO.P, André Pestana.

As escolas que aderem aos protestos estão a fechar intermitentemente desde há uns dias, numa forma de luta que foi alargada até ao final do mês.

À Lusa, André Pestana destacou o caso da Escola Básica (E.B.) 2,3 Ruy Belo, em Sintra, afirmando que “é histórica”.

“Não tenho ideia de, na democracia portuguesa, uma escola fechar tanto tempo, de dia 04 a 14 de outubro quase ininterruptamente, devido a uma greve e não por um problema estrutural”, afirmou.

Para o sindicalista, o “mais impressionante é a tutela não responder aos sucessivos e-mails do sindicato para fazerem uma reunião ou para terem uma resposta clara da Câmara Municipal de Sintra sobre este problema gravíssimo do amianto, que põe em causa a saúde de todos os que frequentam esta escola".

A Lusa contactou também com a Câmara de Sintra, mas, até ao momento, não obteve resposta.

Além da E.B. 2,3 Ruy Belo, aderiram igualmente aos protestos as escolas E.B. 2,3 Dom Domingos Jardo e E.B. 1 J.I. Monte Abraão, em Sintra, e a 2,3 D. Francisco Manuel de Melo, EB1/JI Santos Mattos, EB1/JI Alice Leite e a EB1/JI Maria Irene Lopes de Azevedo, na Amadora.

"É uma questão gravíssima de saúde pública e ambiental, quando há estudos europeus a prever que vão morrer 500 mil pessoas até 2030, devido à exposição do amianto, além das que ficam doentes para o resto da vida. Há uma promessa velada do primeiro-ministro, em setembro de 2016, a prometer erradicar o amianto dos edifícios públicos até finais de 2018 e já estamos em outubro de 2019 e a esmagadora maioria das escolas não foi intervencionada para retirar esta substância cancerígena", garante o dirigente.

A greve, previamente convocada até dia 18 de outubro já foi alargada até dia 30 do mesmo mês e "é possível que se estenda", admitiu André Pestana.

"Estamos a coordenar mais escolas. Quinta-feira, por exemplo, estivemos na Margem Sul. Estamos a equacionar protestos concelhios e em juntar todos os movimentos sociais, como Sindicatos e toda a população, em prol de um dia de protesto nacional contra amianto", finalizou o dirigente do S.TO.P.

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