Angola vai produzir, a partir de janeiro de 2020, vacinas contra peripneumonia contagiosa bovina e reduzir significativamente as despesas com a importação de vacinas para cerca de 4 mil milhões de cabeças de gado no país, foi hoje anunciado.
"Em 2020 vamos retomar a produção da vacina contra a peripneumonia contagiosa bovina e as outras vacinas serão produzidas daqui a curto prazo dentro do programa da criação do Centro Bioveterinário, no laboratório central da província do Huambo", disse hoje à Lusa, Tussevo Zacarias, colaborador do Instituto de Investigação Veterinária angolano.
Um laboratório anexo ao laboratório central do Huambo deverá igualmente ser criado na província angolana do Huíla, sobretudo para a "produção de vacinas contra a [doença] Newcastle, contra a gripe aviária", adiantou.
À margem de uma palestra sobre Benefícios da Energia Nuclear, que decorre em Luanda, o também investigador auxiliar do Instituto de Investigação Veterinária, órgão do Ministério da Agricultura angolano, admitiu a redução significativa de divisas na importação da vacina animal.
"Porque até hoje realmente o Estado tem gasto muitas divisas para a aquisição de vacinas e a intenção é inverter esse quadro no âmbito da reforma do Estado e reestruturação da investigação agrária", realçou.
"São sim muitos gastos, imagina com cerca de 4 mil milhões de cabeças de gado, quer dizer são três a quatro vacinas [por anima]e é muito dinheiro", acrescentou, sem, no entanto, revelar o montante.
Segundo Tussevo Zacarias, que na palestra vai falar sobre produção de vacinas e monitoramento da saúde animal, as ações de produção de vacinas contam com o apoio da Agência Internacional de Energia Atómica.
Missão de peritos, formação de quadros e fornecimento de equipamentos laboratoriais estarão a cargo da Agência.