O Governo brasileiro aprovou a comercialização um novo exame sorológico que deteta a presença do vírus zika no sangue, informou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Segundo o organismo de investigação brasileiro, o teste apresenta a vantagem, em relação aos já disponíveis no mercado, pela sua capacidade de identificar se a pessoa foi infetada após o fim da fase aguda da doença e por apresentar alta precisão em quem já teve dengue ou febre amarela.
O novo exame deteta a presença de um anticorpo específico do zika produzido pelo organismo depois de 15 a 20 dias da infeção.
Como os sintomas do zika e da dengue são muito parecidos, os testes disponíveis no mercado acabavam por confundir os resultados, mas o novo teste tem 95% de especificidade para o zika.
A FAPESP destacou que o método, testado em mais de três mil mulheres de diferentes estados do Brasil, foi desenvolvido pela empresa AdvaGen Biotech, que já tem capacidade para produzir 40 mil testes por dia, em colaboração com o Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e do Instituto Butantan.
Além de determinar que pessoas já foram expostas ao vírus, o teste também poderá identificar casos de mulheres que foram infetadas durante a gravidez e cujos bebés nasceram sem microcefalia, mas podem desenvolver algum problema de saúde no futuro.
O vírus zika é transmitido pelo mosquito Aedes Aegypt, assim como outras doenças infecciosas comuns em países tropicais como a dengue e a chikungunya.
A infeção por zika passou a preocupar os organismos de saúde após ser associado, desde 2015, a um aumento de nascimentos de crianças com microcefalia.
Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, este ano registaram-se 10 mil casos de zika, mas o número pode ser maior porque os sintomas da doença são parecidos com os da dengue.
No auge da epidemia, em 2016, o Brasil registou quase 215 mil casos de infeção por zika.