A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) disse quarta-feira esperar que Marta Temido, que vai continuar como ministra da Saúde, tenha “mais poderes” para conseguir negociar “coisas mais importantes” para a carreira médica e para o Serviço Nacional de Saúde.
“A FNAM tem tido uma relação cordial com a Dra. Marta Temido e só esperamos que ela tenha muito mais poder do que tem tido para reverter o que se passa não só em relação à carreira médica como em relação ao Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, disse à agência Lusa o presidente da FNAM, João Proença.
João Proença explicou que a ministra precisa ter poder para negociar com os sindicatos médicos “uma grelha salarial condigna, uma dedicação exclusiva opcional e que haja gestão democrática nos hospitais e centros de saúde”.
Por outro lado, defendeu, é preciso acabar com a “história de empresas que têm destruído os serviços públicos de saúde em que toda a gente trabalha a mesma coisa e recebe de forma completamente diferente”.
Para João Proença, deve haver uma preocupação de “defesa consistente do serviço público e não de inaugurações que depois não se traduzem em nada como tem acontecido agora com o hospital Garcia de Orta e com outros hospitais, porque o problema de falta de médicos é generalizado em muitos setores”.
“É um problema e rem que haver poder político para conseguir negociar com o Ministério das Finanças para que tenhamos uma melhor grelha salarial”, reiterou O presidente da FNAM.
João Proença disse ainda que a FNAM está com “esperança e com vontade de continuar a negociar” e reafirmou a vontade de que a “ministra tenha mais poder negocial e efetivo que permita mudar as coisas que neste momento se têm vindo a agravar no serviço público de saúde”
A ministra tinha tomado posse no anterior Governo faz hoje precisamente um ano, substituindo cargo Adalberto Campos Fernandes
O XXII Governo Constitucional, hoje apresentado por António Costa ao Presidente da República, vai ter como ministros de Estado Pedro Siza Vieira, Augusto Santos Silva, Mariana Vieira da Silva e Mário Centeno.
A existência de quatro ministros de Estado é uma das principais novidades face ao Governo anterior, uma opção que, fonte oficial do executivo, justifica como "um reforço do núcleo central" do executivo.
Catorze ministros mantêm-se à frente das mesmas pastas, existindo cinco novos ministros, o que, segundo fonte do executivo, representa um sinal de "estabilidade e de continuidade" em relação ao anterior elenco governamental.
O segundo executivo liderado por António Costa vai integrar 19 ministros, além do primeiro-ministro, o que o torna o maior em ministérios dos 21 Governos Constitucionais, e também o que tem mais mulheres ministras, num total de oito.
O Governo deve ser empossado pelo Presidente da República "na próxima semana", em "data a determinar", após a publicação do mapa oficial das eleições de 06 de outubro e da primeira reunião do parlamento.
O PS foi o partido mais votado nas eleições de 06 de outubro, com 36,65% dos votos e 106 deputados eleitos, seguindo o PSD, com 27,90% dos votos e 77 mandatos no parlamento, quando ainda falta apurar o resultado dos círculos da emigração.