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PSD/Açores defende criação de Observatório de Dependências

LUSA
16-10-2019 16:37h

O deputado do grupo parlamentar do PSD/Açores Carlos Ferreira defendeu hoje a criação de um Observatório de Dependências dos Açores, um organismo que não deve estar na esfera do Governo Regional.

O parlamentar, responsável por uma interpelação ao executivo açoriano sobre o Estudo de Caracterização dos Comportamentos Aditivos na Região Autónoma dos Açores, que intervinha na Horta, ilha do Faial, na sessão plenária de outubro, explicou que se pretende que o organismo “monitorize a evolução do fenómeno” das dependências e “proporcione informação sistematizada para apoio à decisão em matéria de políticas públicas de prevenção e combate às dependências na região”.

Para o deputado social-democrata, uma vez que o relatório aponta a “falta de empenho e colaboração de diversas unidades de saúde” na realização do estudo, o que “é grave”, “exige-se o apuramento dos motivos da falta de colaboração”.

A deputada socialista Renata Botelho lamentou que o PSD/Açores se tenha antecipado com esta iniciativa parlamentar à audição da secretária regional da Saúde sobre esta matéria, em sede da Comissão Parlamentar dos Assuntos Sociais, e a um debate que se pretendia “sem limites regimentais” no parlamento, considerando que se recorreu a um “truquezinho” e a uma “trica vulgar”, o que revela um partido com uma “abordagem vazia”.

Segundo a parlamentar, os resultados do estudo “são encorajadores”, surgindo “patamares bem mais animadores” num problema que “convoca a máxima atenção e todos os esforços”.

O líder da bancada social-democrata, Luís Maurício, reagiu às declarações da deputada socialista para afirmar que o PSD encara esta matéria como de “extraordinária importância”, tendo surgido em plenário com “sentido de responsabilidade” para discutir um estudo que foi apresentado em julho.

Luís Maurício questionou ainda sobre o “que dirão as famílias açorianas às palavras da deputada”, recusando-as “por inteiro”.

Para a deputada centrista Catarina Cabeceiras, no capítulo das dependências, matéria em que reconheceu progressos, “nem tudo está a ser feito e bem feito, e muitas coisas estão a falhar”, sendo que os esforços “não estão a ter os resultados desejados”.

Paulo Mendes, da bancada parlamentar do BE/Açores - partido que em 2017 fez aprovar uma iniciativa no parlamento para a realização do estudo agora em apreciação - defendeu a necessidade de se apostar na prevenção precoce, destacando o facto de o álcool ser o mais consumido no capítulo das dependências, com prejuízos para a saúde e em termos sociais.

Na perspetiva do deputado comunista João Corvelo, uma das razões de consumo está relacionada com “falta de perspetiva de futuro”, como no emprego, o que “torna os jovens açorianos mais vulneráveis”, havendo uma componente económica e social do problema que “não deve ser ignorada”.

A secretária regional da Saúde, Teresa Machado Luciano, declarou na sequência da interpelação do PSD/Açores, que o estudo tem um “grau de fiabilidade muito elevado”, uma vez que incidiu sobre uma amostra de 12.000 jovens, “muito acima dos 1.500 inicialmente previstos”.

O estudo apresenta ainda uma “grande vantagem”, uma vez que indica “pontos comuns e divergências entre as nove ilhas”, deixando o Governo Regional em “condições de continuar com soluções adaptadas a cada realidade, a par das medidas e programas transversais ao território e já em curso, permitindo otimizar os recursos existentes e potenciar os ganhos em saúde”.

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