SAÚDE QUE SE VÊ

Tese universitária conclui por falta de campanhas de informação sobre nutrição

LUSA
16-10-2019 16:25h

Os portugueses querem saber mais sobre alimentação saudável, mas não existem campanhas de informação sobre nutrição, conclui uma tese de doutoramento realizada no ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

Ana Teresa Tavares, autora da tese de doutoramento “Campanhas de comunicação pública em nutrição” concluiu, com base num inquérito a 1.166 pessoas, que, apesar de os portugueses se mostrarem interessados pelo tema da alimentação saudável, continuam a não estar devidamente informados.

“Os inquiridos mostraram-se interessados em informações sobre nutrição, mas com a ausência de campanhas de comunicação procuram meios alternativos e pouco fidedignos”, disse Ana Teresa Tavares em comunicado, no âmbito do Dia Mundial da Alimentação

A falta de informação oficial leva a que as pessoas a procurem na internet, em ‘sites’ que podem não ser precisos.

“A desinformação existente, principalmente aquela que circula nas redes sociais, promove grandes equívocos nas recomendações nutricionais apresentadas”, acrescentou a autora da tese “Campanhas de comunicação pública em nutrição: o impacto do envolvimento no interesse em informação".

A investigadora apurou que as mulheres e os jovens são os mais preocupados com a alimentação e considera que o interesse dos jovens é fundamental para a mudança de hábitos alimentares da população.

“A preocupação a partir desta idade [jovem] ajuda a implementar bons hábitos alimentares e fazer uma prevenção não só da própria saúde, como de quem os rodeia. Com o interesse que têm, podem transformar-se em líderes de opinião, ao disseminar dicas de nutrição que vão recolhendo a outros indivíduos”, considerou Ana Teresa Tavares.

No último Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF) é indicado que os portugueses ingerem 7,3 gramas diárias de sal, correspondente a 2,3 gramas superior às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que 52,7% da população não consome frutas e legumes suficientes e que a ingestão de açúcares simples também é superior à aconselhada pela OMS, de acordo com a informação citada pela investigadora.

“As inadequações alimentares ocorrem muitas das vezes pela falta de conhecimento nutricional das pessoas, que não estão devidamente informadas. São necessárias campanhas de comunicação pública para ensinar as pessoas a terem uma alimentação saudável”, concluiu.

MAIS NOTÍCIAS