As autoridades do Zimbabué e a ONU lançaram hoje um plano de ajuda de emergência de 715 milhões de dólares (659 milhões de euros) para apoiar um terço da população do país ameaçada pela fome e pela covid-19.
O plano visa fornecer ajuda alimentar como prioridade, mas também ajudas nas áreas de saúde, higiene, acesso à água e habitação a 5,6 milhões de pessoas particularmente vulneráveis à pandemia de covid-19 no Zimbabué, anunciou a Organização das Nações Unidas (ONU).
"É extremamente importante que o sistema de distribuição de alimentos continue a funcionar", disse aos jornalistas a chefe regional do Programa Alimentar Mundial, Lola Castro.
Segundo o último relatório oficial, o Zimbabué já confirmou oito casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 responsável pela doença covid-19, incluindo uma morte.
Na segunda-feira, o Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, ordenou os 16 milhões de habitantes do país para ficarem em casa por três semanas, na esperança de retardar a propagação da doença.
As autoridades e a população do Zimbabué temem o impacto da pandemia no país, já desgastado por 20 anos de uma crise económica catastrófica.
O Zimbabué sofre de escassez de produtos básicos, desvalorização da moeda e hiperinflação, e o sistema de saúde do país está em agonia e carece de medicamentos, equipamentos e até de água.
Segundo a ONU, vários períodos de seca particularmente aguda também colocaram quase metade da população do país numa situação de insegurança alimentar.
A pandemia de covid-19 já infetou um milhão de pessoas em todo o mundo e matou 50 mil, incluindo 240 pessoas em África.