Apenas metade dos profissionais de saúde toma a vacina da gripe, quando são um grupo prioritário para vacinação, alerta a Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
A propósito da época da vacinação contra a gripe que começou na segunda-feira, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia lançou, em comunicado, um aviso aos profissionais de saúde, recomendado que “devem assumir uma tripla responsabilidade: de se protegerem, de protegerem os que cuidam e de recomendarem a vacinação”.
Os dados do Vacinómetro da época gripal passada mostram que 52% dos profissionais de saúde que contactam com doentes se vacinaram contra a gripe, valor ligeiramente abaixo do que tinha acontecido em 2017/2018.
“Os profissionais de saúde têm um papel fundamental na vacinação, uma vez que estão bastante expostos aos agentes infecciosos podendo promover a transmissão de infeções e, por outro lado, são decisivos para que a população em geral e as pessoas com doença crónica se vacinem”, refere a Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
Aliás, os peritos avisam que os profissionais de saúde podem mesmo transmitir a gripe, até na ausência de sintomas, durante o período de incubação da doença (um a dois dias).
A época da vacinação contra a gripe arrancou na segunda-feira em Portugal, que tem dois milhões de vacinas disponíveis, 1,4 milhões para serem dadas gratuitamente a grupos de risco no SNS e cerca de 600 mil para venda em farmácias.
Este ano, pela primeira vez, as vacinas são tetravalentes, protegendo contra quatro tipos de vírus, quando até aqui protegiam para um máximo de três. A vacina tetravalente faz aumentar a probabilidade de o conteúdo da vacina coincidir com os vírus que vão circular e há a expectativa de a vacina ser mais efetiva.
Além das vacinas disponíveis para administrar gratuitamente no SNS a pessoas nos grupos de risco (como idosos ou alguns doentes crónicos), haverá ainda mais de 600 mil doses nas farmácias e que podem ser compradas mediante receita médica, com comparticipação de 37%.
No SNS a vacina é gratuita para os cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos, para pessoas residentes ou internadas em instituições, para pessoas com algumas doenças definidas, para profissionais de saúde do SNS e para os bombeiros.
A autoridade de saúde recomenda a vacinação aos profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, incluindo os bombeiros.
Nos casos em que é gratuita e fortemente recomendada, como idosos, residentes em lares e alguns doentes crónicos, a vacina não necessita de receita médica e dispensa também pagamento de taxa moderadora.
A DGS recomenda ainda a vacina a pessoas entre os 60 e os 64 anos, bem como a grávidas ou a alguns doentes crónicos.
A gripe é uma doença contagiosa e que geralmente se cura de forma espontânea. As complicações, quando surgem, ocorrem sobretudo em pessoas com doenças crónicas ou com mais de 65 anos.