Pelo menos 2.500 pessoas suicidaram-se em Angola nos últimos cinco anos, a segunda principal causa de morte entre os 15 e os 55 anos, disse quinta-feira um responsável da Saúde Pública, manifestando empenho na redução dos transtornos mentais.
Segundo o diretor em exercício da Direção Nacional de Saúde Pública angolana, Manuel Eusébio, desde o início de 2016 até Setembro de 2019 mais de 85.700 pessoas tiveram acesso aos serviços da rede integrada de saúde, com a depressão a liderar o quadro dos transtornos mentais.
O stresse, com destaque para os quadros de ansiedade, transtornos por abuso de substâncias psicoativas e a esquizofrenia, também consta da lista do quadro de transtornos mentais em Angola.
"O suicídio ocorre ao longo de toda a vida e é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 aos 29 anos em todo o mundo e dos 15 aos 55 anos em Angola", disse na abertura do ato central do Dia Mundial da Saúde Mental, que hoje se assinala.
Além disso, por cada suicídio existem dez tentativas em diferentes faixas etárias, adiantou.
Aumentar a disponibilidade dos serviços de saúde mental a nível primário "tendo em conta a morbilidade identificada", constitui um dos principais objetivos do Plano Nacional de Desenvolvimento Sanitário (PNDS 2012-2025), conforme frisou o responsável.
O PNDS prevê que até 2022 "pelo menos 30% das unidades sanitárias municipais" disponham de serviços integrados de saúde mental.
"O executivo está preocupado em reduzir os transtornos mentais, integrando a saúde mental nos cuidados de saúde em geral e enfatizando a importância da prevenção e promoção das atividades de psiquiatria e saúde mental", afirmou.
A elaboração de uma Política Nacional sobre Saúde Mental e Abuso de Substâncias e o respetivo plano estratégico, expansão da rede de intervenção comunitária são alguns dos desafios do setor, segundo Manuel Eusébio.
O ato, que teve lugar na Escola de Formação de Técnicos de Saúde de Luanda, decorreu sob o lema "Juntos na Prevenção do Suicídio".