SAÚDE QUE SE VÊ

Covid-19: Governo britânico vai custear voos especiais para repatriar britânicos

LUSA
30-03-2020 19:08h

O Governo britânico anunciou hoje um fundo de 75 milhões de libras (84 milhões de euros) para custear voos especiais de repatriamento de britânicos retidos no estrangeiro por causa da pandemia de covid-19.

Durante a conferência de imprensa diária para dar uma atualização sobre a crise, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, disse que as restrições de viagem afetaram "dezenas de milhar de pessoas” devido ao cancelamento de voos comerciais. 

Aos que ainda podem regressar em voos comerciais, Raab disse que devem aproveitar, pois a prioridade da operação de repatriamento vai ser dada a quem esteja em países com restrições mais rigorosas. 

Para os outros, disse que o Governo está a tentar organizar voos especiais, em que os passageiros vão pagar um valor de custo, dando precedência a pessoas vulneráveis, doentes ou idosas. 

Raab disse ter falado com 20 homólogos durante a última semana, incluindo da Austrália, Nova Zelândia, Índia, Brasil e Paquistão, para tentar encontrar soluções, e que recentemente foi possível garantir o regresso de 150 mil britânicos de Espanha, 8.700 de Marrocos e 5.000 do Chipre. 

“Não há memória de enfrentarmos um desafio de trazer pessoas de fora nesta escala”, afirmou, lamentando que alguns governos tenham imposto restrições com pouco ou sem aviso, dificultando o repatriamento. 

As restrições de entrada e circulação de pessoas em numerosos países levaram o Governo britânico a desaconselhar a 17 de março "todas as viagens não essenciais em todo o mundo” inicialmente por um período de 30 dias, alertando para o risco de mais países o fazerem "sem aviso prévio”.

“Os britânicos que decidam que ainda precisam de viajar para o exterior devem estar cientem dos riscos crescentes de fazê-lo. Isso inclui o risco de que não conseguirem regressar a casa, se forem impostas restrições de viagem”, referia um comunicado.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, 11.591 em 101.739 casos confirmados até hoje.

A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 7.340, entre 85.195 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infetados (143.055).

Os países mais afetados a seguir a Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.757 mortes reportadas até hoje (41.495 casos), a França, com 2.606 mortes (40.174 casos) e os Estados Unidos com 2.514 mortes (143.055 casos).

O Reino Unido registou até agora 1.408 mortes entre 22.141 casos de pessoas infetadas com a covid-19, informou hoje o Ministério da Saúde britânico.  

MAIS NOTÍCIAS