O Presidente da Rússia apelou hoje aos habitantes de Moscovo para “levarem a sério” o confinamento para combater a propagação do novo coronavírus, numa altura em que medidas semelhantes são tomadas num número crescente de regiões russas.
“Peço aos moscovitas e aos habitantes da região para encararem estas medidas necessárias (…) com a maior seriedade e total responsabilidade”, declarou Vladimir Putin numa reunião por videoconferência com responsáveis, no primeiro dia de um confinamento com duração indeterminada.
Putin também ordenou que os russos sejam “constantemente e objetivamente informados” sobre a evolução da situação, para combater “provocações, rumores estúpidos e especulações maldosas”.
O Presidente russo ordenou ainda aos governadores regionais que ajam “realmente” contra a disseminação do vírus e não se contentem com “papéis e relatórios”.
Vladimir Putin pediu igualmente aos responsáveis russos para aumentar o número de camas disponíveis nos hospitais, a instalarem mais centros de testes e a criarem uma reserva de sistemas de respiração artificial e de medicamentos.
Controlar a assistência prestada aos idosos foi outro dos pedidos de Putin.
O governo russo pretende alargar a todo o país a quarentena obrigatória que entrou em vigor em Moscovo, segundo declarações do primeiro-ministro, Mikhail Mishustin, durante a reunião do executivo de hoje.
Putin anunciou na semana passada uma série de medidas para conter a propagação da pandemia, incluindo uma "semana de férias pagas".
O confinamento inicialmente apenas era obrigatório para os moscovitas maiores de 65 anos e os doentes crónicos, mas foi alargado a todos, com efeitos a partir de hoje.
De acordo com um decreto oficial, os 12 milhões de habitantes de Moscovo só podem sair de casa para comprar comida na loja mais próxima, medicamentos nas farmácias, passear o cão, despejar o lixo ou deslocar-se para trabalhar, caso tenham uma autorização especial.
Os últimos dados oficiais indicam que na Rússia se registam 1.534 casos de covid-19, sendo Moscovo a cidade que acumula dois terços dos contágios.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727.000 pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35.000.