A construtora europeia de aviões Airbus vai suspender a produção nas suas fábricas em Espanha a partir de hoje e até 09 de abril, com exceção de algumas atividades que considera serem “essenciais”, anunciou hoje a empresa.
De acordo com o comunicado enviado à imprensa, a decisão é tomada depois de o Governo espanhol ter anunciado novas medidas de luta contra o novo coronavírus que impõem o confinamento em casa dos trabalhadores em atividades não essenciais, a partir de hoje e até 09 de abril.
A Airbus considera que há “atividades chave” nas áreas aviação comercial, helicópteros e defesa e espaço continuam a ser “essenciais”, havendo necessidade de haver uma ”atividade mínima” nessas áreas para “funções de apoio” como segurança, tecnologias de informação e engenharia, que “permanecerão sob as rigorosas medidas de saúde e segurança” implementadas pela Airbus para proteger os seus empregados contra a pandemia da covid-19.
Todas as outras atividades comerciais, de defesa e espaciais, assim como os helicópteros em Espanha, serão suspensas até à data prevista para o levantamento das restrições.
A Airbus afirma ainda que irá trabalhar "de perto" com os seus parceiros sociais para aplicar as medidas sociais previstas nas novas restrições.
Os empregados da Airbus em Espanha, cujo trabalho não está ligado às atividades de produção e montagem e que podem trabalhar a partir de casa, continuarão a apoiar a continuidade dos negócios da empresa "nestes tempos difíceis", acrescentou a empresa.
A multinacional explica que "precisa de manter a sua capacidade" para apoiar os esforços da crise global, para apoiar clientes e fornecedores, e para continuar a dar a sua contribuição essencial à sociedade.
As novas medidas em Espanha foram tomadas a fim de reduzir ainda mais a mobilidade e o risco de infeção da pandemia, e para tentar evitar o colapso nas unidades de cuidados intensivos quando o pico de contágio chegar.
A decisão foi aprovada, no domingo, num Conselho de Ministros extraordinário que estabeleceu que todos os trabalhadores em atividades não essenciais fiquem em casa, recebendo o seu salário "normalmente" e, quando o período de cessação da atividade passar, recuperem as suas horas "gradualmente".
Espanha ultrapassou hoje a China em número total de infetados com o covid-19, estando apenas atrás dos Estados Unidos e da Itália.
Por outro lado, é o segundo país no mundo com maior número de mortes, depois de Itália, que tem 10.779 vítimas mortais em 97.689 casos registados até domingo.
Desde o início da pandemia, Espanha registou um total de 85.195 casos de covid-19, dos quais 7.340 morreram e 16.780 tiveram alta e são considerados como curados.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.
Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.