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Covid-19: Igrejas cubanas e dos EUA pedem levantamento de embargo a Cuba

LUSA
29-03-2020 18:05h

As igrejas de Cuba e dos Estados Unidos uniram-se numa petição ao Governo de Donald Trump para que suspenda o embargo financeiro e comercial ao país, perante a crise causada pela pandemia covid-19.

“Pedimos ao Governo dos Estados Unidos para que levante de imediato o bloqueio económico, financeiro e comercial que há mais de 60 anos foi imposto a Cuba”, escreveu o Conselho de Igrejas de Cuba e uma organização homóloga dos EUA, numa declaração hoje divulgada.

As duas associações religiosas pediram também para que “toda a manipulação e uso dos interesses políticos e económicos fossem interrompidos”, perante a crise humanitária global.

As organizações religiosas estendem o seu apelo ao movimento ecuménico internacional, bem como a todos os governos e às Nações Unidas, para que se juntem aos esforços de uma petição global para o levantamento imediato do bloqueio a Cuba.

Os conselhos das igrejas de Cuba e dos Estados Unidos pedem também que o fim de sanções económicas abranja todos os países ou regiões que estejam a ser afetados pela grave crise provocada pela pandemia.

A carta, assinada pelos presidentes das organizações religiosas, Antonio Santana (Cuba) e Jim Winkler (EUA), refere que ambas estão empenhadas na “luta pelo direito à vida, pela saúde e bem estar de todos os habitantes deste mundo”.

Esta semana, um grupo de cubanos residentes nos Estados Unidos lançou uma campanha ‘online’ em que também pede ao Presidente Donald Trump para que levante as restrições económicas a Cuba, enquanto durar a pandemia covid-19.

Essa petição, endossada por mais de 7.500 assinaturas, considera que as medidas de embargo norte-americanas contra Cuba impedem a ilha de aceder a equipamento médico, alimentos e remédios, defendendo que o Governo dos EUA deveria “estender uma mão amiga e solidária ao povo cubano”.

Cinco anos após o anúncio histórico do fim do conflito diplomático, Cuba e os Estados Unidos passam por uma fase difícil no seu relacionamento, depois de o Governo de Donald Trump ter terminado a abordagem de aproximação promovida pelo seu antecessor, Barack Obama.

A escalada de tensão tem aumentado nos últimos três anos, à medida que os EUA reforçaram a retórica e as medidas de embargo que vigoram há 60 anos, especialmente no setor do turismo e nas restrições de viagens de norte-americanos ao país do Caribe.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000.

Dos casos de infeção, pelo menos 134.700 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.

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