O estado débil da economia foi a justificação avançada hoje pelo Presidente do Irão para a falta de medidas enérgicas no combate à propagação da covid-19.
No Irão, o surto de infeção atingiu 38.309 pessoas e causou 2.640 mortos, segundo dados atualizados hoje, situação considerada insustentável por parte da população e pelos críticos do regime.
O Presidente iraniano, Hassan Rouhani, respondeu hoje aos críticos, dizendo que as medidas de combate à infeção tiveram em conta o efeito arrasador que largos períodos de quarentena podiam ter sobre a débil economia iraniana, que enfrenta sanções económicas severas, impostas pelos Estados Unidos da América e por grande parte da comunidade internacional.
"A saúde é um princípio para nós, mas a produção e a segurança da sociedade também o são", justificou o Presidente iraniano, acrescentando que "este não é o tempo para uma guerra política".
Mesmo antes da pandemia, Rouhani já enfrentava críticas pelo desfecho do acordo nuclear de 2015, que assinou com os Estados Unidos e outras potências mundiais.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os EUA do acordo e impôs sanções prejudiciais para a economia do Irão, que o impedem de vender petróleo nos mercados internacionais.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000.
Dos casos de infeção, pelo menos 134.700 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.