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Covid-19 – Sindicato quer testes a trabalhadores de alimentação nos hospitais do Centro

LUSA
29-03-2020 17:59h

O Sindicato da Indústria Hoteleira do Centro quer que os trabalhadores dos serviços de distribuição de alimentação em hospitais da região, concessionados à SUCH, sejam testados à covid-19, como os restantes profissionais de saúde.

Os trabalhadores dos serviços de distribuição de refeições, de lavandaria e de recolha de resíduos hospitalares são “considerados profissionais de saúde”, mas são “tratados como trabalhadores de segunda” no que toca à sua proteção face à pandemia, disse hoje à agência Lusa António Baião, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro (STIHTRSC).

Embora disponham de equipamento individual de proteção, os funcionários de distribuição de alimentação, nos hospitais concessionados à SUCH (Serviços de Utilização Comuns dos Hospitais), “contactam com doentes infetados” pelo novo coronavírus, mas “não são testados como os médicos e os enfermeiros”, afirma o dirigente sindical.

“Após se detetaram contactos de médicos e enfermeiros com doentes infetados”, aqueles profissionais são “testados e isolados, ao passo que o pessoal da distribuição alimentar ao doente, que contactou com a mesma exposição, nem local digno tem para ser isolado”, assegura o sindicato numa nota enviada hoje à agência Lusa.

Após essa exposição, os trabalhadores do serviço de alimentação são apenas “contactados por um médico (que se presume ser de medicina no trabalho) que [os] aconselha a medição de temperatura de três em três horas” e a contactarem-no se tiverem “febre ou outros sintomas”, acrescenta.

“Colocada perante estas situações”, a SUCH (empresa de “capitais públicos e de direito privado”) “responde sem responder a nada que objetivamente questionamos e os problemas agravam-se todos os dias, deixando em pânico todos estes trabalhadores (as)”, conclui o comunicado do Sindicato.

A SUCH tem a concessão dos serviços de lavandaria e de recolha de resíduos de todos os hospitais da região Centro e do serviço de alimentação de parte destes estabelecimentos.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, foi detetado pela primeira vez na China em dezembro de 2019 e já infetou entretanto mais de 667.000 pessoas em todo o mundo, das quais mais de 31.000 morreram.

Em Portugal, os primeiros casos foram identificados a 02 de março e o país regista hoje 119 mortes e 5.962 infeções no país, sendo que, desses doentes, 348 estavam internados em cuidados intermédios, 138 em cuidados intensivos e 43 já foram dados como recuperados.

A 17 de março, o Governo decretou o estado de calamidade pública em Ovar e no dia 18 teve aí início um cerco sanitário que obriga ao controlo de entradas e saídas no território.

Desde as 00:00 do dia 19 de março, todo o país entrou no regime de estado de emergência, o que vigorará até às 23:59 do dia 02 de abril.

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