O Hospital de Braga esclareceu hoje que está em conversações "para uma aproximação às reivindicações dos trabalhadores", após os assistentes operacionais terem marcado uma greve contra a exclusão do acordo de trabalho coletivo vigente nos hospitais EPE.
Em comunicado enviado à Lusa, o Hospital de Braga, que funciona como Entidade Pública Empresarial (EPE) desde 01 de setembro, refere que "no processo de reversão do Hospital de Braga para a esfera pública, todos os contratos de trabalho foram mantidos com as mesmas condições que os colaboradores possuíam anteriormente".
No entanto, como explicou à Lusa o Sindicato em Funções Públicas e Sociais do Norte [STFPSN], afeto à CGTP, há naquela unidade de saúde trabalhadores cm vínculos diferentes, tendo diferentes salários e horários de trabalho, pelo que marcaram esta tarde, em plenário, uma greve para dia 30 e uma manifestação em frente ao ministério da Saúde, em Lisboa.
O sindicalista Orlando Gonçalves explicou que os assistentes operacionais do Hospital de Braga não passaram a ser abrangidos pelo acordo coletivo em vigor nos restantes hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
"O hospital era PPP [Parceria Público Privada], passou a EPE a 01 de setembro. Há um acordo coletivo que dá direito às 35 horas, entre outras questões. Braga, na altura em que o acordo entrou em vigor, não era EPE, logo o acordo não se aplicou. Agora é uma EPE e não faz sentido que não se aplique", apontou.
"O Conselho de Administração do Hospital de Braga EPE tem vindo a manter uma relação de abertura e diálogo com os representantes dos diversos sindicatos através da realização de várias reuniões, postura que mantém em permanência para uma aproximação às reivindicações dos trabalhadores", lê-se no texto enviado à Lusa.
Mas, segundo o sindicalista, a situação tem vindo a ser "empatada" e, "para piorar, o Governo, a 20 de setembro, quando o Hospital de Braga já era uma EPE, assinou um acordo coletivo para aplicar aos trabalhadores das carreiras não revistas e que continua a deixar de fora o Hospital de Braga".
Orlando Gonçalves explicou que a situação "gera enormes desigualdades e discriminação" entre trabalhadores dos hospitais que já eram EPE e mesmo entre os do Hospital de Braga.
"Isto provoca que em todos os hospitais EPE os assistentes operacionais fazem 35 horas e ganham 635 euros. Aqui em Braga ou fazem 35 horas e ganham 519 euros de salário base ou fazem 40 e ganham 600 euros", disse.