SAÚDE QUE SE VÊ

Assistentes operacionais do Hospital de Braga marcam greve para dia 30

LUSA
03-10-2019 18:32h

Os assistentes operacionais do Hospital de Braga decidiram hoje, em plenário, marcar uma greve para 30 de outubro para protestar pela exclusão do acordo de trabalho coletivo vigente nos hospitais Entidades Publicas Empresarial, anunciou um sindicato que os representa.

Em declarações à Lusa, no final do plenário, que teve inicio esta tarde, o representante do Sindicato em Funções Publicas e Sociais do Norte [STFPSN], afeto à CGTP, Orlando Gonçalves, adiantou ainda que, ao mesmo tempo que se irá cumprir a greve os trabalhadores, vão fazer uma manifestação em frente ao ministério da Saúde em Braga.

Segundo explicou o sindicalista, os assistentes operacionais do Hospital de Braga, que funcionou até dia 01 de setembro como Parceria Público Privada (PPP), não passaram a ser abrangidos pelos acordo coletivo em vigor nos restantes hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"O Hospital era PPP, passou a EPE [com estatuto de Entidades Públicas Empresariais] a 01 de setembro. Há um acordo coletivo que dá direito às 35 horas, entre outras questões. Braga, na altura em que o acordo entrou em vigor não era EPE, logo o acordo não se aplicou. Agora é uma EPE e não faz sentido que não se aplique", apontou.

O sindicalista acusou ainda o ministério da Saúde de andar a "empatar a aplicação deste acordo, dizendo que há contratos a analisar" e que, "para piorar, o Governo a 20 de setembro, quando o Hospital de Braga já era uma EPE, assinou um acordo coletivo para aplicar aos trabalhadores das carreiras não revistas e que continua a deixar de fora o Hospital de Braga".

"Nós [STFPSN] não assinamos enquanto ainda não estiver lá o Hospital de Braga", avisou.

Orlando Gonçalves explicou que a situação "gera enormes desigualdades e discriminação" entre trabalhadores dos hospitais que já eram EPE, e mesmo entre os do Hospital de Braga.

"Isto provoca que em todos os hospitais EPE, os assistentes operacionais fazem 35 horas e ganham 635 euros. Aqui em Braga, ou fazem 35 horas e ganham 519 euros de salário base ou fazem 40 e ganham 600 euros", disse.

Sobre a decisão de partir para uma greve, o sindicalista disse que foi a medida decidida porque "a situação não faz sentido e a resposta da ministra da Saúde é que, tendo em consideração o período eleitoral, não se irá decidir nada e que fica para a próxima legislatura", referiu.

"Isto é inaceitável e vamos agora seguir com os trâmites legais do pré-aviso de greve, estando sempre, abertos a negociações", finalizou.

Os trabalhadores estão desde as 16:00 de hoje a manifestar-se frente ao Hospital de Braga.

MAIS NOTÍCIAS