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Covid-19: Sindicato acusa transportadoras de incumprimento de normas de proteção

LUSA
27-03-2020 16:39h

O Sindicato dos Trabalhadores da Área Metropolitana do Porto (STTAMP) acusou as empresas Auto Viação Pacense e Auto Viação Landim de não cumprirem medidas de proteção dos trabalhadores e passageiros, o que é negado pelas transportadoras.

Em comunicado enviado hoje à Lusa, o sindicato refere que, no contexto da pandemia por Covid-19, desde 14 de março, "a esmagadora maioria das empresas públicas e privadas implementaram várias medidas restritivas, quer quanto à ocupação quer principalmente quanto ao isolamento necessário dos motoristas".

Assinala, depois, que a Auto Viação Pacense e a Auto Viação Landim, sediadas em Paços de Ferreira e Felgueiras, respetivamente, "continuaram a operar sem qualquer proteção, mostrando-se "muito mais preocupadas com perdas de rentabilidade".

O sindicato alerta, nomeadamente, para a necessidade de serem criadas "entradas e saídas de passageiros, apenas pela porta traseira".

"Criação de uma barreira de proteção que impedisse os passageiros de se aproximarem do motorista e suspensão da cobrança de bilhetes a bordo" são outras medidas recomendadas que não estarão, segundo o STTAMP, a não ser cumpridas por aquelas transportadoras de passageiros.

O sindicato anota que decidiu dar conhecimento da situação às autoridades, nomeadamente à Direção-Geral da Saúde e à Procuradoria-Geral da República.

"É lamentável que, face a uma situação de tão grande gravidade, numa altura em que se apela ao máximo de contenção e confinamento, se continue a verificar um total desprezo pela vida das pessoas", lê-se no comunicado.

Entretanto, Miguel Maia, da administração das empresas, disse à Lusa que foram adotadas várias medidas no contexto atual de pandemia por Covid-19, como a desinfeção regular das viaturas com produtos recomendados e distribuídas máscaras e luvas aos motoristas.

Admitiu que nem todos aqueles profissionais usam as máscaras, mas a responsabilidade, reforçou, não pode ser imputada à empresa.

Em relação à questão de apenas se recomendar a utilização da porta traseira para entrada e saída dos passageiros, anotou que isso está, de facto, a ocorrer com as viaturas da empresa STCP, que é de natureza pública.

Nos casos das empresas visadas pelo sindicato, referiu que, por serem privadas, não é possível adotar essa solução, por haver necessidade de cobrar bilhetes, para garantir as receitas necessárias ao seu funcionamento.

O empresário indicou, ainda, que estão a ser respeitadas pelas duas transportaras as exigências quanto ao limite de 30% da lotação dos autocarros.

Portugal regista hoje 76 mortes associadas à covid-19, mais 16 do que na quinta-feira, e o número de infetados subiu para 4.268.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25.000.

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